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Os transmissores da Radio Martí nos Cayos da Flórida foram desligados na segunda-feira, após a administração de Donald Trump colocar todos os funcionários da emissora, financiada pelo governo dos Estados Unidos para levar informações a Cuba, em licença administrativa.
Fontes com conhecimento da operação confirmaram a Telemundo 51 que os sinais de transmissão foram desligados e que desde as 11:00 da manhã de segunda-feira não há mais sinal ao vivo da emissora, que começou a operar em 20 de maio de 1985 sob a administração de Ronald Reagan, e se tornou a única voz que por muitos anos opositores e ativistas cubanos tiveram frente à repressão do regime.
A decisão faz parte de uma ordem executiva assinada por Trump que determina o desmantelamento de sete agências federais, incluindo o Escritório de Transmissões a Cuba, responsável por supervisionar Radio y TV Martí.
Segundo a Administração, a agência teria incorrido em violações à segurança nacional, incluindo a suposta infiltração de espiões ou apoiadores de terroristas.
Enquanto no site Martí Noticias ainda são transmitidos programas pré-gravados como "Cuba al Día" ou "Café Digital", as operações ao vivo da Radio Martí foram completamente paralisadas.
O ex-diretor da Radio y TV Martí, Herminio San Román (1997-2001), reagiu à notícia afirmando que essa medida foi celebrada por setores comunistas.
A ativista Omara Ruiz Urquiola qualificou o fechamento como um “golpe efetivo contra a causa de uma Cuba livre”, alertando que "a inteligência castrista está em festa".
O líder do Diretório Democrático Cubano, Orlando Gutiérrez Boronat, afirmou que a Rádio Martí tem sido fundamental para levar a verdade ao povo cubano.
A líder das Damas de Blanco, Berta Soler, também se pronunciou contra o fechamento, lembrando que Radio Martí tem sido a única voz para muitas vítimas da repressão em Cuba.
"Em 2003, quando não havia internet em Cuba, a Radio Martí foi a única fonte de informação sobre os prisioneiros políticos e a oposição. Fomos nos unindo de uma província a outra graças às suas transmissões", declarou Soler.
Por sua parte, o ex-prisioneiro da Primavera Negra Ángel Moya desmentiu os argumentos que afirmam que a Rádio Martí não era ouvida em Cuba, ressaltando que o regime gastou milhões de dólares para interferir no sinal.
Após a ordem executiva de Trump, os funcionários da Radio Martí foram colocados em licença administrativa com salário, enquanto os contratados foram demitidos.
O documento instrui a Agência dos Estados Unidos para os Meios Globais (USAGM) a reduzir seu pessoal ao mínimo e reestruturar suas operações.
Perguntas frequentes sobre o fechamento da Radio Martí
Por que os transmissores da Radio Martí foram desligados?
Os transmissores da Radio Martí foram desligados como parte de uma ordem executiva assinada por Donald Trump que ordena o desmantelamento de várias agências federais, incluindo o Escritório de Transmissões para Cuba, que supervisiona a Radio e TV Martí. Esta decisão baseia-se em acusações de violações à segurança nacional e em um esforço para reduzir a burocracia federal.
Qual tem sido o impacto do fechamento da Radio Martí na oposição cubana?
O fechamento da Radio Martí foi percebido como um golpe significativo para a oposição cubana. Ativistas e líderes opositores consideram que a Radio Martí tem sido fundamental para divulgar violências de direitos humanos e apoiar a dissidência em Cuba. A líder das Damas de Blanco, Berta Soler, e o opositor José Daniel Ferrer, entre outros, expressaram sua preocupação pela perda de um meio vital para combater a censura do regime cubano.
Quais argumentos a administração Trump apresentou para justificar o fechamento da Radio Martí?
A administração Trump citou problemas de segurança nacional, acusações de espionagem e corrupção dentro da Agência dos Estados Unidos para os Meios Globais (USAGM) como razões para o fechamento. A reestruturação busca eliminar funções não essenciais e reduzir o pessoal ao mínimo exigido pela lei, em uma tentativa de diminuir a burocracia federal e proteger a segurança nacional dos EUA.
Como reagiram os opositores e organizações diante do fechamento da Radio Martí?
Numerosos opositores e organizações expressaram seu desapreço pelo fechamento da Radio Martí. A Fundação Nacional Cubano-Americana (FNCA) e figuras como José Daniel Ferrer têm instado a administração de Trump a reconsiderar a medida. Argumenta-se que o fechamento beneficia o regime cubano e representa um retrocesso na luta pela liberdade de informação na ilha.
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