Plataformas feministas confirmam dois feminicídios em Camagüey

Com esses dois novos crimes, já são sete mulheres assassinadas até agora neste ano.

Centro histórico de CamagüeyFoto © ACN

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A plataforma feminista cubana Alas Tensas (OGAT) confirmou nesta sexta-feira dois novos feminicídios no país, com a particularidade de que ambos ocorreram na província de Camagüey.

No dia 8 de março, Marialedys Abad Morgado, de 55 anos e mãe de duas filhas maiores de idade, morreu às mãos de seu ex-parceiro em sua própria casa no bairro Albaisa, município de Guáimaro. O agressor estava em liberdade condicional da prisão.

"Não sabemos por que ele estava de passe, porque deveria estar trancado, mas parece que tinha influências lá dentro e saía a todo momento. Ela sabia que a qualquer momento ele ia lhe fazer mal", relatou Lisbania Ortega, filha mais nova da vítima.

Marialedys e o homicida estiveram juntos por cerca de dois anos; ela o deixou, mas ele não aceitava e a ameaçava. Aparentemente, ela não o denunciou porque temia que ele tomasse represálias contra suas filhas.

"Primeiro, ele a agrediu, o que a debilitou; depois a estrangulou e a estuprou depois de morta", detalhou Lisbania.

O segundo feminicídio confirmado pela Alas Tensas ocorreu no dia 2 de fevereiro no município de Vertientes.

A diferença do assassinato de Marialedys, neste caso o autor do crime não foi identificado.

A vítima, Cristina Guerra, de 54 anos, foi baleada em sua casa na comunidade de San Antonio "por uma pessoa não identificada, em condições que indicam viés de gênero", especifica a mensagem no X.

Alas Tensas revelou que até esta sexta-feira, 14 de março, foram registrados sete feminicídios no país.

Além disso, estão sendo investigados três alertas em Artemisa, em Matanzas e em Santiago de Cuba.

Perguntas frequentes sobre os feminicídios em Cuba

O que é um feminicídio e quantos foram registrados em Cuba em 2025?

Um feminicídio é o assassinato de uma mulher por motivos de gênero, geralmente cometido por seu parceiro ou ex-parceiro. Até março de 2025, foram registrados sete feminicídios em Cuba, segundo o Observatório de Gênero Alas Tensas. Esse tipo de crime reflete uma problemática grave de violência de gênero no país.

Como a falta de reconhecimento do feminicídio no Código Penal cubano afeta?

A ausência de tipificação do feminicídio como delito específico no Código Penal cubano impede um tratamento legal adequado para esses crimes, dificultando a coleta de estatísticas precisas e a implementação de políticas públicas eficazes. Isso deixa as vítimas e suas famílias em uma situação de desproteção.

Quais medidas o governo cubano implementou para combater a violência de gênero?

Em julho de 2024, o Conselho de Ministros de Cuba aprovou um sistema nacional para o registro, atendimento, acompanhamento e monitoramento da violência contra a mulher, composto por 25 especialistas do Ministério do Interior e do Tribunal Supremo Popular. No entanto, a eficácia dessas medidas está limitada pela ausência de uma tipificação específica do feminicídio no Código Penal.

Como denunciar feminicídios em Cuba?

As plataformas feministas Alas Tensas e Yo Sí Te Creo en Cuba recomendam usar mensagens criptografadas como WhatsApp ou Messenger para realizar denúncias seguras. Também é possível reportar feminicídios por meio de e-mail e números de telefone. Essas plataformas enfatizam que não é crime denunciar publicamente os feminicídios nem expressar condolências nas redes sociais.

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