O cantor cubano Cándido Fabré se apresentou nesta segunda-feira em um ato de reafirmação revolucionária em Rio Cauto, na província de Granma, onde interpretou várias de suas canções diante de autoridades locais, trabalhadores estatais e crianças de escolas primárias que foram mobilizadas para a ocasião.
O evento ocorreu em um contexto de tensão social no município, onde nos últimos dias foram registradas manifestações populares exigindo melhores condições de vida, assim como a liberação de Mayelín Carrasco Álvarez, uma mãe de família que foi detida por se manifestar na praça principal do povo. Carrasco Álvarez foi liberada recentemente após dias de detenção arbitrária e pressão social por seu caso.

A apresentação de Fabré em Río Cauto responde a uma estratégia recorrente do regime cubano de organizar atos de apoio político em momentos de crise, utilizando artistas afins para tentar contrabalançar o descontentamento popular.
O músico, conhecido por seu apoio ao regime cubano e por interpretar temas com conteúdo político a favor do sistema, dedicou parte de sua apresentação para exaltar a ideologia revolucionária e criticar os protestos recentes na região.
O ato também serviu de palco para que dirigentes políticos locais exibissem bandeiras do 26 de Julho e retratos de Fidel e Raúl Castro, reiterando seu discurso sobre a "união e firmeza do povo cubano" diante da "guerra midiática", em uma tentativa de minimizar a crescente insatisfação na região.
Em paralelo, as autoridades instalaram uma bomba de água no Río Cauto após as manifestações dos moradores, que denunciaram durante dias a falta de acesso ao líquido vital.
Pese a este gesto, muitos residentes continuam questionando a falta de soluções estruturais e a repressão governamental contra aqueles que levantam a voz para exigir direitos básicos.
Longe de acalmar os ânimos, a visita de Fabré foi recebida com críticas por parte de opositores e cidadãos descontentes, que veem nesses eventos uma tentativa de desviar a atenção dos problemas reais que afetam a população.
As redes sociais têm sido o principal canal de expressão para manifestar a oposição a esses atos oficiais, que ocorrem em meio a grandes despliegues policiais, assim como para exigir mudanças urgentes no país.
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