Centro Comercial Altahabana reabre em dólares e promete “ampla gama de produtos”

O Centro Comercial Altahabana reabriu vendendo apenas em dólares, intensificando as críticas ao governo cubano. Oferece produtos variados, mas exclui aqueles que não têm acesso a divisas.

Centro Comercial AltahabanaFoto © Facebook Divisão Habana Oeste

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O Centro Comercial Altahabana, pertencente à cadeia estatal Tiendas Caribe, reabriu suas portas sob uma nova modalidade de vendas: exclusivamente em dólares.

A Divisão Havana Oeste informou que o estabelecimento oferecerá uma ampla gama de artigos de higiene pessoal, alimentos, bebidas, perfumaria, utensílios domésticos e eletrodomésticos. No entanto, os trabalhadores cubanos não terão acesso a esses produtos, a menos que paguem em dólares.

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As formas de pagamento aceitas serão cartões internacionais como VISA, MasterCard e MIR, além dos cartões pré-pagos emitidos pelo Banco de Crédito e Comércio (BANDEC), assim como os cartões AIS, Viajero e Clássica, que contarão com uma bonificação de 5%.

Esta reabertura se junta à recente tendência do governo cubano de expandir os comércios que operam exclusivamente em dólares estadounidenses ou em outras moedas estrangeiras. No local, foi habilitado um ponto de venda e recarga de cartões Clássicos.

Em janeiro de 2025, foi inaugurado o novo Supermercado de 3ra y 70, o primeiro sob esta modalidade de pagamento. Localiza-se no município Playa, em Havana, e sua abertura gerou um intenso debate nas redes sociais, uma vez que a maioria dos cubanos recebe seu salário em CUP e não tem acesso a divisas estrangeiras.

A economia nacional está em crise, com uma inflação galopante. O acesso a esses estabelecimentos se torna impossível para quem depende de um salário médio de 4.000 pesos, quando um dólar vale 345 CUP no mercado negro.

Enquanto esses mercados exclusivos em dólares costumam estar bem abastecidos, as lojas que operam em pesos cubanos ou em Moeda Livremente Conversível (MLC) enfrentam uma grave escassez. O contraste aumenta o descontentamento entre a população e as críticas ao governo, que continua apostando neste modelo de comércio em divisas apesar da rejeição de amplos setores da sociedade.

O Centro Comercial Altahabana está localizado na 100 com Calzada de Vento, no município de Boyeros, e já começou a receber seus primeiros clientes sob este novo esquema de vendas.

Perguntas frequentes sobre a dolarização e o comércio em dólares em Cuba

Por que o Centro Comercial Altahabana só aceita pagamentos em dólares?

O Centro Comercial Altahabana adotou um modelo de vendas exclusivamente em dólares, como parte de uma tendência do governo cubano de expandir os comércios que operam com moedas estrangeiras. Esta estratégia busca captar divisas em meio a uma crise econômica nacional, apesar das críticas generalizadas da população que não tem acesso a essas moedas.

Quais formas de pagamento são aceitas no Centro Comercial Altahabana?

No Centro Comercial Altahabana, são aceitos pagamentos com cartões internacionais como VISA, MasterCard e MIR, além de cartões pré-pagos emitidos pelo Banco de Crédito e Comércio (BANDEC), e os cartões AIS, Viajero e Clásica. Esses cartões têm uma bonificação de 5% nas compras.

Como a dolarização parcial afeta a população cubana?

A dolarização parcial afeta a população cubana ao criar um mercado paralelo onde o acesso a produtos de qualidade depende da capacidade de manejar dólares. Isso exacerba as desigualdades econômicas, uma vez que a maioria dos cubanos recebe seu salário em pesos cubanos e não tem acesso a moeda estrangeira, tornando esses produtos inacessíveis para uma grande parte da população.

Que críticas gerou a recente tendência de lojas em dólares em Cuba?

A abertura de lojas que aceitam apenas dólares gerou fortes críticas entre a população cubana. Denuncia-se o aprofundamento da brecha econômica e social, uma vez que essas lojas estão bem abastecidas em comparação com as que operam em pesos cubanos, que enfrentam um severo desabastecimento. Além disso, percebe-se como uma estratégia do governo para ocultar problemas econômicos estruturais, como a escassez de alimentos e a inflação.

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Equipe Editorial da CiberCuba

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