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O regime cubano convocou para uma inscrição em massa no Serviço Militar Ativo pouco tempo após amorte de nove jovens soldados e quatro oficiais em Holguín.
O jornal local Sierra Maestra informou que a inscrição é a "ante-sala para o posterior cumprimento do serviço militar" e com a convocação pretendem "impulsionar o processo a partir dos centros de estudo".
Uno dos jovens soldados que promoviam o SMA disse que era uma "oportunidade" para "salvaguardar a soberania por meio da preparação militar". "É motivo de orgulho defender a Revolução em tempos de crise."
Uma jovem comentou que se tratava de uma opção para "superar-se, capacitar-se com a experiência, enfrentar o inimigo e ter a possibilidade de escolher uma carreira universitária civil", sem se referir ao risco que implica para esses adolescentes manusear armas e se submeter a um treinamento militar intensivo.
Em Santiago de Cuba, mais de 200 alunos da Escola Pedagógica José Tey Sanit-Blancard tiveram que registrar seus dados para posteriormente se incorporarem como soldados.
A tenente coronel Dayamí Favier Yero, segunda chefe do Comitê Militar Provincial, disse à imprensa oficial que as pessoas nascidas em 2009 devem se registrar, pois este ano completam 16 anos.
O processo consiste em várias etapas que incluem, além disso, o exame médico, as comissões de recrutamento e, posteriormente, a convocação para ingressar no Serviço Militar Ativo.
Também foram convocadas ao Serviço Militar Voluntário Feminino as jovens, em troca de poderem acessar a uma carreira universitária (pela via militar ou civil).
A inscrição no SMA é obrigatória para os homens a partir dos 16 anos.
Activistas de direitos humanos alertaram várias vezes sobre as condições em que se encontram os recrutas e as represálias que enfrentam aqueles que tentam se recusar a servir.
Uma campanha contra o Serviço Militar Obrigatório em Cuba ganhou força nos últimos anos, especialmente após incidentes trágicos que evidenciaram os riscos e as condições adversas enfrentadas pelos jovens recrutas.
Um dos fatores mais significativos foi o incêndio na Base de Supertanqueros de Matanzas em agosto de 2022, onde vários recrutas perderam a vida enquanto participavam das operações de combate ao fogo.
Perguntas frequentes sobre o Serviço Militar Obrigatório em Cuba
O que é o Serviço Militar Obrigatório em Cuba?
O Serviço Militar Obrigatório (SMO) em Cuba é um requisito legal para todos os cidadãos do sexo masculino, que devem cumpri-lo a partir do ano em que completam 17 anos até os 28 anos. Consiste em um período de serviço ativo de dois anos, com o objetivo oficial de preparar os jovens para a defesa do país. No entanto, essa prática tem sido amplamente criticada por seus riscos e condições adversas.
Quais são as condições enfrentadas pelos jovens no Serviço Militar em Cuba?
Os jovens que prestam o Serviço Militar em Cuba enfrentam condições de vida precárias, maus-tratos e riscos significativos. Houve denúncias de negligência na manipulação de materiais perigosos, o que resultou em tragédias como o incêndio na Base de Supertanqueros de Matanzas e as explosões em um armazém militar em Holguín. Além disso, os jovens podem ser submetidos a punições por se negarem a cumprir o serviço, o que adiciona uma camada de repressão à já difícil experiência.
Quais sanções enfrentam os jovens que se recusam a cumprir o Serviço Militar em Cuba?
Os jovens que se recusam a cumprir o Serviço Militar Obrigatório em Cuba podem enfrentar multas e prisão. O Decreto 103/2024 estabelece sanções que incluem multas que podem chegar a 7.000 pesos cubanos. Além disso, há centros de punição para aqueles que se recusam a servir, e seus pais ou tutores podem ser considerados responsáveis pelas infrações cometidas por eles.
Que críticas tem recebido o Serviço Militar Obrigatório em Cuba?
O Serviço Militar Obrigatório em Cuba tem sido amplamente criticado por ser uma prática opressiva e perigosa para os jovens. Ativistas e organizações têm denunciado as condições adversas e os riscos que enfrentam os recrutas. As tragédias recentes intensificaram a campanha "Não ao Serviço Militar Obrigatório", que exige o fim dessa prática e defende alternativas que priorizem o desenvolvimento e a liberdade da juventude cubana.
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