O MINFAR exige dos EUA a devolução da Base Naval de Guantánamo com um tweet

Cubanos reagiram com zombarias ao tweet do MINFAR. "A prisão da Base é um Meliá 5 estrelas plus ao lado de qualquer prisão de Cuba."

Chegada de prisioneiros à Base Naval de GuantánamoFoto © X / Secretária Kristi Noem

Vídeos relacionados:

O regime de Cuba exigiu aos Estados Unidos a devolução da Base Naval de Guantánamo em uma publicação na conta do Twitter do Ministério das Forças Armadas Revolucionárias (MINFAR).

O organismo destacou que esse território está ilegalmente ocupado na província guantanamera e criticou que os imigrantes fossem levados até lá algemados.

"La Casa Branca quer querer encarcerar lá um total de 30.000 pessoas. Cuba exige a devolução deste enclave", disse o tweet.

A publicação gerou zombarias entre os internautas cubanos na rede.

"Vão à base e tirem os yankees de lá se tiverem coragem, em vez de ficarem postando", escreveu o usuário identificado como El Pirata Web.

"Com tweets não vão conseguir, vão e os tirem", demandou El Rincón Libertario.

"E por que não vão ocupar a base? Covardes!", exigiu um cubano emigrado.

"Mas o MINFAR fazendo um tweet? Peguem os fuzis e vão tirá-los, não são corajosos? Ah, claro, vocês são bonitinhos só com os opositores", ironizou uma jovem.

"A prisão da Base Naval de Guantánamo é um Meliá 5 estrelas plus ao lado da Villa Marista ou de qualquer outra prisão em Cuba", afirmou outro usuário do Twitter.

Quando o presidente Donald Trump anunciou a ampliação da capacidade da Base Naval de Guantánamo para abrigar até 30.000 migrantes, explicou que para o centro de detenção iriam migrantes acusados de crimes graves.

Ao se tornar conhecida a medida, o governo cubano rejeitou a decisão e advertiu sobre possíveis "sérias consequências".

Em um comunicado do Ministério das Relações Exteriores, o regime qualificou o fato como uma "demonstração da brutalidade" com a qual a Casa Branca lida com a crise migratória em seu território, que é resultado de sua hostilidade em relação aos países de origem dos migrantes.

Por sua parte, Díaz-Canel também afirmou que é um "ato de brutalidade" levar a Guantánamo milhares de pessoas que os Estados Unidos expulsam à força, colocando-as junto a "prisões de tortura e detenção ilegal".

Embora o governo dos Estados Unidos tenha anunciado no início que à Base iriam delincuentes e criminosos, agora revelou que não descarta enviar imigrantes ilegais que não tenham cometido delitos violentos.

"T teremos instalações que cumprirão os mesmos padrões de outras instalações de detenção nos Estados Unidos e não acredito que o presidente vá se limitar em relação ao que deve fazer para garantir a segurança dos Estados Unidos", expressou a secretária de Segurança Nacional, Kristi Noem.

Noem visitou recentemente a Base Naval, onde já chegaram vários voos com imigrantes ilegais detidos.

"Acabei de estar em Cuba e vi de perto como desembarcavam de um voo criminosos estrangeiros em Guantánamo. Minha mensagem para os criminosos estrangeiros assassinos, estupradores, predadores de crianças e gângsteres: não venham a este país ou nós os perseguiremos, os encontraremos e os prenderemos", ressaltou.

A funcionária não especificou quanto tempo os detidos poderiam ficar lá antes de serem deportados para seus países, embora tenha esclarecido que o objetivo é que permaneçam temporariamente, não "semanas e meses".

Até sábado, dia 8, já havia "mais de três dúzias de pessoas" no centro de detenção, segundo o Comando Sul dos Estados Unidos, que supervisiona as operações na instalação.

A administração Trump deixou claro que não fará distinções entre migrantes ilegais que cometeram crimes graves e aqueles que apenas entraram irregularmente no país, e que qualquer um pode ser deportado.

"Se você é uma pessoa, um estrangeiro que entra ilegalmente nos Estados Unidos da América, você é, por definição, um criminoso, e, portanto, está sujeito à deportação", disse a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.

Perguntas frequentes sobre a Base Naval de Guantánamo e a situação migratória

Por que o regime cubano exige a devolução da Base Naval de Guantánamo?

O regime cubano considera que a Base Naval de Guantánamo é um território ocupado ilegalmente pelos Estados Unidos. Desde 1959, Cuba sustenta que este enclave pertence ao seu território e rejeita o arrendamento perpétuo assinado em 1903. Além disso, em decorrência da decisão dos Estados Unidos de expandir a capacidade do centro de detenção na base para abrigar até 30.000 migrantes, Havana intensificou sua exigência de devolução.

Qual é a postura do governo dos Estados Unidos em relação à Base Naval de Guantánamo?

O governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, decidiu ampliar a capacidade da Base Naval de Guantánamo para abrigar migrantes irregulares. Trump considera que a base é uma instalação estratégica para gerenciar a crise migratória e acolher aqueles migrantes considerados de alta periculosidade. A administração defendeu seu uso como um meio de proteger a segurança nacional e aliviar a pressão sobre os centros de detenção em território americano.

Que críticas tem recebido o uso de Guantánamo como centro de detenção para migrantes?

O uso da Base Naval de Guantánamo como centro de detenção para migrantes tem sido fortemente criticado tanto pelo regime cubano quanto por organizações internacionais de direitos humanos. As críticas se concentram no histórico da base em relação a violações de direitos humanos e seu uso anterior como centro de detenção para prisioneiros da "guerra contra o terrorismo". Além disso, denuncia-se que a medida representa um desrespeito aos direitos humanos e ao Direito Internacional.

Que medidas o regime cubano tomou em resposta à decisão dos Estados Unidos sobre Guantánamo?

O regime cubano condenou enérgicamente a decisão dos Estados Unidos de utilizar a Base Naval de Guantánamo para deter migrantes, qualificando-a como um "ato de brutalidade". As autoridades cubanas alertaram sobre possíveis "sérias consequências" que essa medida poderia ter para a estabilidade regional, e insistiram na devolução do território como parte de suas demandas históricas.

Arquivado em:

Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.