Governo cubano implementa mudanças no serviço de gás liquefeito: isso é o que você precisa saber

A distribuição de GLP na ilha enfrentou sérias dificuldades nos últimos meses, afetando milhões de lares que dependem desse combustível para o preparo de alimentos.

Botijão de gásFoto © X/Cupet

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O governo cubano anunciou nesta terça-feira novas adequações ao regulamento para o serviço de gás liquefeito (GLP) à população, em meio à crise que afeta as famílias, embora justifique como parte de um plano para o "uso mais eficiente da energia e dos combustíveis".

Estas modificações foram oficializadas pela Resolução nº 18/2025, de acordo com a publicação no X da União Cuba-Petróleo (CUPET).

Como se sabe, a distribuição de GLP na ilha tem enfrentado sérias dificuldades nos últimos meses, afetando milhões de lares que dependem desse combustível para o preparo de alimentos.

A instabilidade no fornecimento levou a constantes atrasos e limitações na venda, obrigando as autoridades a buscar alternativas para garantir sua disponibilidade.

Embora o governo apresente essas medidas como parte de uma estratégia para otimizar o consumo de energia, a crise de abastecimento responde em grande parte à dependência de Cuba em relação às importações de gás, que sofreram interrupções devido a problemas financeiros e dificuldades logísticas.

Isso é o que você precisa saber:

PRIMERO

No caso de o titular do contrato estar temporariamente fora do país e haver na habitação membros do núcleo familiar, o serviço será mantido por um período de até dois anos; após esse prazo, será feito o contrato com a pessoa que for acordada entre os conviventes; antes disso, deverá ter apresentado na Casa Comercial ou Escritório de Trâmites da CUPET o documento oficial da Direção de Imigração e Estrangeiros que declara o titular como residente no exterior.

Dado o caso de haver vários conviveres e não ter sido alcançado um consenso, proceder-se-á a conceder a titularidade do contrato a quem detenha a da residência, e caso esta coincida com o titular, será realizada nesta ordem: cônjuge, pai, filho, irmão, avô, neto, tio, sobrinho, primo, sogro e cunhado; que deverá cumprir com o requisito exigido no Parágrafo anterior.

Se você reside permanentemente fora do país e há outros membros da família na residência, será celebrado um contrato provisório por um prazo de até dois anos com a pessoa que for declarada chefe do núcleo familiar.

Realizar-se-á um contrato provisório por um período de até dois anos com aquela pessoa que, sem ser membro do núcleo familiar, resida na habitação; esta receberá o serviço de maneira excepcional sem precisar apresentar a Livreta de Abastecimento.

Ao concluir os dois anos, o contrato provisório será prorrogado por mais um ano; após esse período, se o titular fizer uma declaração expressa perante a sede ou escritório consular de Cuba solicitando a manutenção da titularidade do contrato, este passará a ser considerado como depósito da CUPET até sua entrada no país; caso decida ceder o direito, proceder-se-á à formalização do contrato provisório como definitivo.

SEGUNDO

No caso de o titular do contrato estar recluso por sanção penal ou sob a medida cautelar de prisão provisória e residir sozinho, o contrato passará a ser passivo, com direito a ser ativado quando a medida for alterada por outra que não implique privação de liberdade.

Para manter o serviço, será realizado um contrato provisório em nome da pessoa que ficará à frente do núcleo familiar com o qual convive o titular, até que as condições que deram origem a esta decisão mudem.

Igual tratamento será dado excepcionalmente à pessoa que, não fazendo parte do núcleo familiar, esteja cuidando da residência; esta receberá o serviço sem precisar apresentar a Libreta de Abastecimento.

Essa excepcionalidade deverá estar refletida no Cartão de Controle no Ponto de Venda.

TERCERO

O contrato de serviço para a venda liberada poderá ser transferido para qualquer município do país, exista ou não esta modalidade.

Se manterá ao titular a entrega duas vezes por ano, caso tenha a aplicação no município.

CUARTO

O titular que possua em seu contrato dois cilindros de 10 quilogramas poderá realizar a cessão de direitos conforme laços de familiaridade até o quarto grau de consanguinidade: pais, filhos, irmãos, avós, netos, bisavós, bisnetos, tios, sobrinhos, primos, sobrinhos-netos e tios-avós; e de segundo grau de afinidade: cônjuge, filhos políticos, sogros, avós do cônjuge e cunhados.

Este ato dará lugar à execução de um novo contrato em favor da pessoa a quem o direito tenha sido cedido.

QUINTO

O titular do contrato de serviço de gás liquefeito que realizar a venda de sua residência e não efetuar a transferência do mesmo para a nova moradia ou a cessão de direitos em favor do comprador, a CUPET procederá a realizar um contrato provisório por um período de até dois anos com o novo proprietário da residência, até que o titular exerça seu direito.

Se o titular do contrato exercer seu direito, o contrato provisional de até dois anos será considerado encerrado; caso contrário, o contrato passa a ser definitivo para o novo proprietário da residência.

A CUPET procederá à coleta do cilindro e ao encerramento do contrato que estiver em mãos de pessoas que não cumpram os requisitos mencionados anteriormente.

Apesar dos ajustes normativos, a incerteza sobre o acesso estável ao gás liquefeito continua sendo uma preocupação para a população.

Perguntas frequentes sobre as mudanças no serviço de gás liquefeito em Cuba

Quais mudanças o governo cubano implementou no serviço de gás liquefeito?

O governo cubano implementou adequações ao regulamento para o serviço de gás liquefeito à população, oficializadas pela Resolução No. 18/2025. Essas mudanças visam otimizar o uso de energia e melhorar a distribuição em um contexto de escassez e problemas logísticos.

Por que têm ocorrido problemas com a distribuição de gás liquefeito em Cuba?

Os problemas com a distribuição de gás liquefeito em Cuba devem-se a interrupções nas importações, causadas por dificuldades financeiras e logísticas. A dependência de Cuba em relação ao gás importado agravou a crise, afetando milhões de lares que dependem desse combustível para cozinhar.

Como os mudanças na regulamentação do gás liquefeito afetam os residentes em Cuba?

As alterações no regulamento permitem manter o serviço de gás liquefeito por até dois anos em casos específicos, como quando o titular do contrato reside no exterior ou está em reclusão. No entanto, a incerteza sobre o acesso estável ao gás continua sendo uma preocupação para a população.

Que alternativas estão utilizando os cubanos devido à escassez de gás liquefeito?

Diante da escassez de gás liquefeito, muitos cubanos têm recorrido a métodos alternativos de cozimento, como o uso de fogões a lenha ou carvão. Essa situação reflete a gravidade da crise energética no país, que também é agravada pelos apagões e pela falta de outros recursos básicos.

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