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A União Elétrica de Cuba (UNE) informou que o país enfrenta uma nova jornada de interrupções elétricas devido a um déficit de geração que supera os 1.500 megawatts (MW), o que indica que os apagões continuarão nas próximas horas e dias.
Segundo o relatório da UNE, o serviço de eletricidade foi interrompido ontem das 6h36 às 2h59 de hoje. Posteriormente, a interrupção começou novamente às 4h48. A maior afetação registrada foi de 1.362 MW durante o horário de pico às 18h50.
Às 7h00, a disponibilidade do SEN era de 1.655 MW, enquanto a demanda alcançava 2.210 MW, gerando um déficit de 589 MW. Para o meio-dia, estimava-se que a afetação chegasse a 980 MW.
A crise energética deve-se a várias causas combinadas, entre elas falhas, manutenções programadas e falta de combustível. Atualmente, a unidade 1 da CTE Santa Cruz e a unidade 2 da CTE Felton estão fora de serviço devido a falhas. Além disso, estão em manutenção a unidade 2 da CTE Santa Cruz, as unidades 3 e 4 da CTE Cienfuegos e a unidade 5 da CTE Renté. As limitações na geração térmica alcançam 411 MW.
Por falta de combustível, permanecem fora de serviço 65 centrais de geração distribuída que somam 421 MW e a Patana de Melones com 192 MW, o que representa um total de 613 MW afetados.
Para o horário de maior demanda, espera-se recuperar 100 MW em motores de geração distribuída e a entrada de seis motores na Patana de Melones com 90 MW adicionais. No entanto, a UNE estima que a disponibilidade total alcançará 1.845 MW, enquanto a demanda máxima poderá chegar a 3.300 MW, gerando um déficit de 1.455 MW. Isso poderá provocar apagões de até 1.525 MW no horário noturno.
A central termoelétrica Antonio Guiteras, uma das mais importantes do país, tem operado com capacidade reduzida devido a falhas em sua caldeira. Durante a noite, a unidade conseguiu atingir 250 MW, mas teve que reduzir a potência para 120 MW devido a um "ponto vermelho" na caldeira, conforme informou a UNE. Os técnicos conseguiram intervir na avaria sem interromper a geração, permitindo aumentar a carga novamente para 225 MW como medida preventiva.
O jornalista oficialista José Miguel Solís relatou declarações do engenheiro Jorge Gómez Sánchez, subdiretor de produção da Guiteras, que confirmou que o reparo foi bem-sucedido, embora a unidade continue operando a 225 MW até uma reinspeção pela manhã para determinar se é seguro aumentar a potência.
A crise energética gerou um crescente descontentamento na população, que denuncia a falta de estabilidade no fornecimento de eletricidade e o impacto na vida cotidiana. Usuários nas redes sociais questionaram os relatos oficiais e a gestão da UNE. “Como é possível que tenham sido incorporados ao SEN Felton e Guiteras e que o déficit hoje seja maior do que ontem?”, perguntou um usuário. Outro comentário expressou: “Ou vocês estão mentindo ou aqui as contas estão mal feitas, eu me inclino pela primeira opção.”
Outros cubanos manifestaram resignação e incômodo diante do que consideram um problema estrutural sem solução a curto prazo. “Os apagões vieram para ficar”, lamentou um usuário, enquanto outro acrescentou: “É melhor nem comentar porque minha pressão sobe e sinto dor no peito e, no final, todos os dias é uma cópia fiel do anterior”.
O mal-estar social também se torna evidente entre aqueles que acreditam que a crise elétrica é uma zombaria para a população. "É uma zombaria para o povo que está sangrando, de que serviu sincroniar Felton e Guiteras se estamos iguais ou piores? Tudo que vem da UNE é um fracasso", criticou um internauta. Outro questionou a passividade diante da situação: "Que diabos é isso? Já entrou Guiteras e Felton e estamos acima de 1.500. Povo, até quando vamos aguentar? Precisamos ir para a rua exigir nossos direitos."
Em janeiro de 2025, Cuba enfrentou apagões de até 20 horas diárias em várias províncias. A Guiteras apresentou falhas recorrentes, o que afetou sua capacidade de geração. Em províncias como Holguín, Camagüey e Santiago de Cuba, os apagões provocaram protestos esporádicos nos últimos meses.
O panorama elétrico em Cuba continua incerto. A falta de geração, a instabilidade nas plantas termoelétricas e a crise de combustível continuam sendo fatores que agravam a situação, sem uma solução a curto prazo por parte das autoridades.
Perguntas frequentes sobre a crise energética em Cuba
Por que há apagões em Cuba?
Os apagões em Cuba são causados por um déficit na geração elétrica devido à saída de funcionamento de várias unidades termoelétricas por falhas e manutenções, assim como à escassez de combustível que afeta as centrais de geração distribuída. Essas limitações impedem atender a demanda nacional de eletricidade, provocando interrupções constantes no serviço.
Como os apagões afetam a vida diária dos cubanos?
Os apagões impactam gravemente a vida diária dos cubanos, impedindo atividades essenciais como o preparo de alimentos e o uso de eletrodomésticos. Além disso, afetam a economia e o bem-estar geral da população, gerando um crescente descontentamento social devido às interrupções constantes e prolongadas do serviço elétrico.
Quais medidas o governo cubano tomou diante da crise energética?
A resposta do governo cubano tem sido insuficiente para resolver a crise energética. Nenhuma solução efetiva a longo prazo foi implementada, e a população continua sofrendo os efeitos dos apagões. As promessas de melhora não se concretizaram, o que gerou frustração e protestos em diversas regiões do país.
Qual é a projeção para os apagões em Cuba nos próximos dias?
Segundo a União Elétrica de Cuba, espera-se que os cortes de energia continuem afetando o país, com uma disponibilidade de geração elétrica muito abaixo da demanda. Para os próximos dias, prevê-se que haja afetacões no serviço elétrico que podem ultrapassar os 1.000 MW durante o horário de pico, agravando ainda mais a situação atual.
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