Comoção em Matanzas: Depoimentos sobre o homem que morreu devorado por crocodilos em Guamá

O trágico incidente ocorreu na última sexta-feira.

Boca GuamáFoto © Facebook / WilTaxi

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Nas últimas horas, surgiram detalhes alarmantes de familiares, vizinhos e testemunhas do trágico incidente em que um cubano foi devorado por crocodilos na manhã da sexta-feira passada, ao cair em um criadouro de crocodilos na Ciénaga de Zapata.

O lamentável incidente ocorreu especificamente no centro turístico Boca Guamá, na província de Matanzas.

A identidade da vítima ainda não foi revelada oficialmente, embora os vizinhos da localidade tenham apontado que se chamava "Pablo", e era conhecido como "El Chino".

Segundo relataram testemunhas e conhecidos, o homem aparentemente tomou a decisão de se jogar no criadouro voluntariamente e em estado de embriaguez.

Testemunhos comoventes

Kevin Fernández, trabalhador do local, presenciou o ocorrido e descreveu a cena como aterradora.

"Tudo aconteceu na minha frente, sou trabalhador de lá e ele simplesmente se jogou. Estava bêbado, a cena mais aterrorizante que já vivi na minha vida. As imagens não saem da minha cabeça. É a primeira vez desde 1959, quando o criadouro foi feito, que passa um acontecimento desse tipo.", disse Fernández na seção de comentários de um dos vários fóruns onde a informação foi publicada.

Por sua parte, Marinita Núñez Alarcón, sobrinha da vítima, expressou a consternação da família e questionou as medidas de segurança do criatório.

"O senhor era meu tio. Ele saiu cedo, como todos os dias, para fazer entregas, mas quem poderia imaginar que ele se dirigiria a esse lugar? Sua família está triste, e seus filhos, é claro, pela horrível tragédia. Por favor, respeitem a dor alheia com comentários que não têm pertinência. Todos têm família, e qualquer coisa pode acontecer", disse Núñez Alarcón.

"Talvez naquele dia ele não estava bem equilibrado, mas não sabemos por que se jogou ou se escorregou, não sabemos", acrescentou.

A mulher disse que seu tio "era muito conhecido e sociável", e questionou por que os seguranças o deixaram entrar a essa hora.

"Agora, o que eu não entendo é o que os seguranças estavam fazendo que deixaram ele entrar nessa área e a essa hora. Evidentemente, não fizeram bem o seu trabalho. Já não há remédio para o que aconteceu, mas pode acontecer novamente", concluiu.

Outro testemunho, Leonel García, garçom de Jagüey, afirmou que o homem não caiu acidentalmente, mas se jogou intencionalmente.

"Não caiu, se jogou. Tirou a roupa, ficou em roupas íntimas e começou a gritar que estava há quatro dias sem pão e sem comer", apontou García.

O drama por trás da tragédia

Conhecidos de "El Chino" asseguram que ele passava por momentos difíceis em sua vida pessoal. Rolando Bencosme, que o conhecia, revelou que o homem estava em uma situação desesperadora.

"El Chino era uma boa pessoa, mas a vida é complicada. Ele estava muito mal com sua família. Há dois dias, ele tinha falado comigo, me disse que estava obstinado com a vida. Hoje era seu aniversário, segundo ele, e sua família o tinha deixado de lado", disse Bencosme.

"Estava como todos neste país, bem fodidos. Não há oportunidades para ninguém, e não se pode falar. Como diz o galego de Pi, não somos capazes de entender os problemas, e nem todos temos a mesma capacidade para digerir tudo isso. Mas estamos muito mal, não temos opções, assim como ele também não as teve. E peço desculpas aos seus familiares, que descanse em paz. Quando se chega a esse limite, nada mais importa. Assim vivemos os cubanos dia após dia", concluiu.

Vizinhos do falecido também lamentaram o que aconteceu.

"En paz descanse meu vizinho, El Chino, sempre com seu equipamento de som. Ele não merecia uma morte tão dura. Que tragédia. Como estaria aquela alma e sua cabeça para fazer isso? Só ele sabe o que estava acontecendo. Descanse em paz, Chino, seus vizinhos e amigos sempre se lembrarão de você. Muita luz para você", disse Niurka Quintana

Melissa Pérez Castillo, outra vizinha, também compartilhou sua dor pela perda de um homem que qualificou como trabalhador e querido.

"El Chino era uma boa pessoa. Pablo, como se chamava, era um trabalhador, um bom vizinho. Mas a vida e as condições não estavam ao seu lado. Problemas que ele engolia, passando trabalho, fome... foi o estopim, já não pôde mais, disse Pérez Castillo."

"Que em paz descanse, sempre o lembraremos com sua buzina ouvindo música. Vamos sentir sua falta, porque como ele, poucos. Um grito ao céu. EPD", acrescentou.

O criador de crocodilos de Guamá é uma das atrações turísticas mais populares da região e está dedicado à conservação do Crocodylus rhombifer, uma espécie endêmica de Cuba em perigo de extinção.

A área conta com medidas de segurança, portanto não se sabe como o homem conseguiu acessar a zona restrita e se houve negligência na vigilância do local.

Até o fechamento desta nota, fontes oficiais continuam sem se pronunciar sobre o que aconteceu.

Perguntas frequentes sobre a trágica morte do homem no criadouro de crocodilos em Matanzas

Como ocorreu o incidente no criadouro de jacarés de Guamá?

O homem se lançou voluntariamente ao criadouro em estado de embriaguez, segundo testemunhas. O incidente ocorreu no centro turístico Boca Guamá, na província de Matanzas.

Quem era a vítima do ataque de crocodilos em Matanzas?

A identidade oficial da vítima não foi revelada, mas os vizinhos o conheciam como "Pablo" ou "El Chino". Ele era muito conhecido e sociável em sua comunidade.

Quais medidas de segurança existem no criadouro de crocodilos de Guamá?

O criadouro conta com medidas de segurança, embora se desconheça como o homem acessou a área restrita. Existem questionamentos sobre a efetividade da vigilância.

Qual foi o impacto desse incidente na comunidade local?

A comunidade está consternada com a tragédia, lamentando a morte de um querido vizinho. Depoimentos refletem a dor e questionam a segurança do local.

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