Um cubano residente nos Estados Unidos, conhecido no TikTok como Roy, gerou um forte debate nas redes sociais após compartilhar um emotivo vídeo no qual reflete sobre as atitudes de alguns de seus compatriotas em relação à comunidade latina. No vídeo, que recebeu milhares de interações, Roy pediu que não se julgue os cubanos como um todo, destacando que muitos deixaram para trás o ódio e o ressentimento fomentados pelo regime em que cresceram.
"Me envergonho dos cubanos que se referem ao resto dos latinos como 'índios' de maneira despectiva", expressou em sua mensagem. Também criticou aqueles que, sendo imigrantes, apoiam medidas contra outros migrantes: "Me envergonho de quem, sendo imigrante, apoia as deportações em massa". Em sua reflexão, destacou que alguns esquecem sua origem e o sacrifício de suas famílias: "Me envergonho de quem sente, com uma realidade alterada, que é superior ao restante dos imigrantes e latinos, daqueles que esqueceram de onde vêm, que esqueceram o sacrifício de seus familiares para que hoje estivessem aqui". Ao final do vídeo, pediu à comunidade latina que evite julgar todos os cubanos da mesma forma: "Peço que, por favor, sejamos julgados como indivíduos, não como sociedade".
A mensagem de Roy despertou inúmeras reações no TikTok, onde muitos usuários, tanto cubanos quanto de outras nacionalidades, expressaram seu apoio. Uma das respostas mais destacadas foi a de uma usuária que comentou: "Aqui uma cubana que está de acordo com você e respeita o resto dos latinos. Todos somos iguais, não importa a nacionalidade". Outro usuário cubano compartilhou seu sentimento: "Sou cubano assim como você e estou envergonhado de ser cubano neste momento". Uma pessoa de origem mexicana também respondeu com gratidão: "Obrigado por suas palavras. Nem todos são iguais, e sua mensagem demonstra que há cubanos com grande humildade e empatia".
Alguns cubanos reconheceram que sua mensagem poderia custar seguidores, mas o apoiaram: "Você vai perder muitos seguidores cubanos, mas vai ganhar muitos outros seguidores. Deus o abençoe", escreveu uma usuária. Outro internauta agradeceu sua postura dizendo: "Bela humildade, amigo, um abraço". Na mesma linha, uma pessoa comentou: "Esse é meu sentimento. Sou cubana e te admiro".
A mensagem também gerou autocrítica entre outros cubanos, como quem escreveu: "Às vezes sinto vergonha de ser cubana, mas te apoio". Enquanto isso, outro usuário destacou a importância de não generalizar: "Não se deve generalizar os cubanos. Como em todo o mundo, há pessoas que sabem de empatia e muitas que não". Finalmente, outro seguidor celebrou sua atitude com uma mensagem direta: "Te parabenizo, irmão. Nem todos somos iguais. Eu penso como você e também sou cubano".
A atitude autocrítica de Roy ressoou entre muitos, pois reflete um esforço para gerar unidade e compreensão entre os latinos. Sua mensagem é um lembrete de que, além das diferenças, todos compartilham a luta comum de buscar um futuro melhor longe de seus países de origem.
As recentes políticas migratórias implementadas pela administração de Donald Trump geraram um impacto significativo na comunidade cubana nos Estados Unidos e nos migrantes que ainda tentam entrar no país. Entre as medidas mais controversas estão a eliminação do parole humanitário, o restabelecimento do programa “Fique no México” e a ativação de redadas e deportações em massa por parte do ICE. Embora o governo americano sustente que essas ações buscam reforçar a segurança nacional, elas provocaram um aumento na incerteza entre os imigrantes e críticas de diversos setores.
Em meio ao endurecimento da política migratória, milhares de cubanos ficaram presos no México, onde os escritórios de asilo estão saturados e a possibilidade de obter refúgio nos EUA se tornou mais complicada. Ao mesmo tempo, o México anunciou um plano de repatriação de migrantes afetados por essas medidas, incluindo cidadãos cubanos. As declarações da Casa Branca, que consideram todos os imigrantes irregulares como “criminosos”, provocaram ainda mais polêmica e aqueceram o debate sobre o futuro da migração na região.
Enquanto as operações continuam e os primeiros voos de deportação começaram, organizações defensoras dos direitos humanos alertaram sobre o impacto humanitário dessas políticas. Paralelamente, o discurso do ex-presidente cubano Miguel Díaz-Canel criticando as deportações nos EUA tem sido interpretado por muitos como uma estratégia política sem uma verdadeira intenção de defender os migrantes cubanos, que continuam enfrentando uma situação incerta sob a nova administração americana.
Perguntas frequentes sobre a comunidade cubana e as deportações nos EUA.
Por que alguns cubanos nos EUA criticam o apoio a deportações em massa?
Alguns cubanos nos EUA, como Roy, criticam o apoio a deportações em massa porque consideram que esquecer as raízes e o sacrifício das famílias é lamentável. Para eles, apoiar essas medidas é uma forma de virar as costas aos valores de empatia e solidariedade que deveriam prevalecer entre imigrantes.
Qual é o impacto das políticas migratórias de Trump sobre os cubanos?
As políticas migratórias de Trump, como a eliminação do parole humanitário e as deportações em massa, têm afetado significativamente os cubanos nos EUA, aumentando a incerteza e complicando a situação daqueles que buscam asilo. Essas medidas também geraram divisões dentro da comunidade cubana no exterior.
Como afeta a divisão de opiniões entre os cubanos nos EUA?
A divisão de opiniões entre os cubanos nos EUA pode gerar tensões dentro da comunidade. Por um lado, alguns apoiam medidas restritivas na esperança de pressionar o governo cubano, enquanto outros temem que essas políticas prejudiquem as famílias comuns na ilha. Essa falta de consenso dificulta a unidade e o apoio mútuo entre os emigrantes.
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