A opositora Martha Beatriz Roque foi trasladada para o Hospital Hermanos Ameijeiras em estado delicado de saúde

A opositora cubana Martha Beatriz Roque, de 78 anos, está em estado grave no Hospital Ameijeiras devido a complicações de saúde. Denunciam vigilância estatal e a detenção de simpatizantes.


A economista e ex-prisioneira política cubana Martha Beatriz Roque Cabello, de 78 anos, encontra-se em estado grave, mas estável, após ser trasladada no dia 4 de fevereiro para o Hospital Clínico Quirúrgico "Hermanos Ameijeiras" em Havana, conforme informou Berta Soler, líder das Damas de Branco.

Roque, figura emblemática da dissidência cubana e única mulher encarcerada durante a Primavera Negra de 2003, enfrenta complicações derivadas de sua diabetes e insuficiência renal severa.

De acordo com o boletim médico emitido após sua chegada ao "Ameijeiras", seu diagnóstico é reservado, apresenta broncopneumonia bacteriana com pulmões inflamados e uma significativa afetacão neurológica que a mantém não comunicativa. Além disso, está sendo avaliada a alimentação por sonda Levin para prevenir broncoaspirações.

Soler destacou a contradição entre os relatórios médicos do Hospital "Fajardo", onde Roque foi inicialmente atendida, e os do "Ameijeiras", o que gerou preocupação entre seus familiares e amigos.

Também denunciou a presença de oficiais da Segurança do Estado em ambas as instituições, o que aumentou a tensão em torno de sua situação.

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Desde o dia 1 de fevereiro, quando a condição de saúde da opositora se agravou, ela apresentou leves sinais de melhora, como a estabilização da frequência cardíaca, da pressão arterial e dos níveis de glicemia, além da redução nos níveis de creatinina. Apesar de estar consciente, apresenta episódios de desorientação.

O traslado de Roque foi realizado em uma ambulância, acompanhada por pessoas de sua confiança. "Inicialmente, os médicos comentaram que Martha poderia ir sozinha na ambulância do Sistema Integrado de Urgências Médicas (SIUM), mas os opositores e amigos que a acompanhamos fomos categóricos: ela não ficará sozinha", declarou um dos ativistas presentes.

O líder opositor José Daniel Ferrer denunciou a detenção de María Mercedes Benítez, que foi presa após se interessar pela saúde de Roque na saída do "Ameijeiras". Este incidente reforça as denúncias da oposição sobre a vigilância e as represálias contra dissidentes em Cuba.

A Embaixada dos Estados Unidos em Cuba expressou sua solidariedade com Roque, destacando seu papel como defensora dos direitos humanos e sua luta inabalável pelas liberdades fundamentais. Sua trajetória continua sendo um referencial de resistência para muitos dentro e fora da ilha.

Perguntas frequentes sobre o estado de saúde e a situação da opositora cubana Martha Beatriz Roque

Qual é o estado atual de saúde de Martha Beatriz Roque?

Martha Beatriz Roque encontra-se em estado grave, mas estável após ser transferida para o Hospital Clínico Cirúrgico "Hermanos Ameijeiras" em Havana. Apresenta complicações decorrentes de sua diabetes e insuficiência renal severa, além de pneumonia bacteriana e uma afetacão neurológica significativa.

Por que Martha Beatriz Roque é uma figura emblemática da dissidência cubana?

Martha Beatriz Roque é conhecida por seu ativismo em defesa dos direitos humanos em Cuba. Foi a única mulher encarcerada durante a Primavera Negra de 2003, quando o regime cubano reprimiu 75 dissidentes. Sua trajetória e resistência têm sido um referencial para muitos opositores dentro e fora da ilha.

Quais complicações de saúde enfrenta Martha Beatriz Roque?

Martha Beatriz Roque enfrenta uma série de complicações de saúde, incluindo insuficiência renal severa, broncopneumonia bacteriana e comprometimento neurológico. Essas complicações agravam seu estado, mantendo-a em uma situação crítica, embora estável.

Como a comunidade internacional tem respondido à situação de Martha Beatriz Roque?

A comunidade internacional demonstrou solidariedade com Martha Beatriz Roque. A Embaixada dos Estados Unidos em Cuba expressou seu apoio, destacando seu papel como defensora dos direitos humanos e sua luta pelas liberdades fundamentais, o que enfatiza a importância de seu ativismo em nível global.

Qual é o impacto da presença da Segurança do Estado no seu caso?

A presença de oficiais da Segurança do Estado nos hospitais onde Martha Beatriz Roque foi atendida gerou preocupação com a vigilância e as represálias contra dissidentes em Cuba. Essa situação adiciona tensão ao seu delicado estado de saúde e reflete o controle que o regime cubano tenta manter sobre os opositores.

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