"Votei pelo Trump, mas isso está saindo do controle": Cubano teme a deportação de sua família

Robert, um cubano que votou em Trump e trouxe sua família com o parole humanitário, teme sua deportação após os planos de revogação do programa. A incerteza afeta milhares de migrantes nos EUA.


A administração de Donald Trump está em fase de preparação para revogar o status legal de milhares de migrantes de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela que ingressaram legalmente nos Estados Unidos durante o mandato do ex-presidente Joe Biden.

Entre os afetados está um cubano que patrocinou seis familiares sob este programa e agora teme que eles sejam deportados para Cuba, em meio à incerteza gerada por essas mudanças na política migratória dos Estados Unidos.

O jornalista Javier Díaz compartilhou no Instagram a história de Robert, um cubano que se declarou firme eleitor republicano e defensor de Donald Trump nas eleições.

No entanto, agora enfrenta incerteza e preocupação em relação às decisões da nova administração.

“Eu, por exemplo, no meu caso sou 100% republicano, votei em Donald Trump, mas esse tipo de coisa me parece que está saindo do controle”, confessou.

Robert trouxe seus pais e outros familiares para os Estados Unidos com a esperança de lhes oferecer uma vida melhor.

No entanto, agora teme que sejam deportados. Sua mãe, em particular, sofre de ansiedade extrema e qualquer barulho alto, como o som de um avião, provoca crises de pânico nela.

O jornalista Javier Díaz consultou uma advogada de imigração, que afirmou que, até o momento, não existe uma confirmação oficial de que a nova administração irá revogar o parole humanitário.

No entanto, ele alertou que o governo tem a potestade de cancelá-los a qualquer momento, o que poderia expor os beneficiários a um processo de deportação.

“Pessoas que entram com parole, o governo sempre tem o direito de cancelar o parole, mesmo que esteja vigente, e se isso ocorrer, então as pessoas estão sujeitas a um processo de deportação”, explicou a especialista.

A possível revogação também incluiria aqueles que ingressaram nos Estados Unidos através do aplicativo CBP One.

Outra das preocupações é o impacto que essa medida teria nos patrocinadores dos beneficiários do parole.

A advogada esclareceu que é possível que recebam cartas de comparecimento, notificando-os sobre o status migratório das pessoas que trouxeram ao país.

No entanto, aqueles que já são residentes permanentes ou solicitaram asilo político não precisariam se preocupar, pois seu status migratório não estaria em risco, afirmou Díaz.

Enquanto o debate sobre o futuro do parole humanitário continua, muitas famílias cubanas vivem na incerteza, sem saber se poderão permanecer nos Estados Unidos ou se enfrentarão o temor de uma deportação iminente.

Perguntas frequentes sobre a possível deportação de migrantes cubanos sob a administração de Trump

Quais cubanos estão em maior risco de deportação com as novas políticas de Trump?

Os cubanos que entraram nos Estados Unidos com parole humanitário e CBP One e estão no país há menos de dois anos podem ser deportados. Esse risco é maior para aqueles que têm o parole vencido e não iniciaram nenhum processo de imigração. É importante que essas pessoas busquem aconselhamento legal para avaliar suas opções.

Qual é o impacto da possível revogação do parole humanitário nas famílias cubanas?

A possível revogação do parole humanitário geraria uma grande incerteza e medo entre as famílias cubanas que dependem desse status para permanecer nos Estados Unidos. Muitas famílias temem a deportação, o que afeta sua estabilidade emocional e econômica. No entanto, aqueles que já são residentes permanentes ou que solicitaram asilo político não deveriam se preocupar.

Como os cubanos com parole humanitário podem se proteger de uma possível deportação?

Para se proteger de uma possível deportação, os cubanos com parole humanitário devem considerar solicitar a residência permanente através da Lei de Ajuste Cubano, que lhes permite fazê-lo após um ano e um dia no país. Além disso, é crucial que mantenham todos os seus documentos e permissões de trabalho atualizados e busquem assessoria jurídica para explorar outras opções, como o asilo político.

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