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A União Elétrica de Cuba (UNE) informou que nesta terça-feira as afetaciones devido ao déficit de capacidade de geração no Sistema Elétrico Nacional (SEN) atingiram um máximo de 1.286 MW às 18h30, coincidiendo com o pico de demanda.
A véspera, a empresa estatal previu que as “afetações” chegariam a 1.065 MW, mas “a não entrada da Unidade 5 da central termoelétrica (CTE) de Nuevitas e uma demanda superior à prevista”, segundo o último da UNE, elevou em mais de 200 MW as previsões iniciais.
Para esta quarta-feira, 15 de janeiro, a UNE prevê condições semelhantes, com uma disponibilidade de geração às 07:00 horas de 1.840 MW frente a uma demanda de 2.060 MW, deixando um déficit inicial de 281 MW.
Durante o horário de pico, a previsão é ainda mais crítica: uma disponibilidade estimada de 2.081 MW contra uma demanda máxima de 3.240 MW, o que poderia resultar em impactos superiores a 1.200 MW.
Fatores que agravam a crise
A situação atual é caracterizada por múltiplas avarias e manutenções em centrais térmicas-chave do país. Segundo a UNE, estão fora de serviço a unidade 2 da CTE Felton, as unidades 2 e 3 de Santa Cruz, as unidades 3 e 4 de Cienfuegos, e a unidade 5 de Renté.
A isso se somam limitações na geração térmica que afetam 340 MW, assim como a falta de combustível que deixou inoperativas 43 centrais de geração distribuída, com uma capacidade total de 467 MW.
O déficit também é agravado por problemas na CTE Mariel, onde as unidades 5 e 8 estão fora de serviço (totalizando oito unidades desconectadas do SEN), impedindo que possa contribuir com seus 120 MW de geração térmica.
A "nova normalidade" dos apagões
Este cenário é parte de uma tendência que se manteve desde o início de 2025. Nos últimos dias, o déficit elétrico ultrapassou os 1.000 MW, deixando milhares de lares e negócios sem eletricidade por longas horas.
Notas anteriores de CiberCuba documentaram como os apagões dispararam com a saída inesperada de unidades-chave, tornando-se uma problemática diária para os cubanos.
Enquanto isso, os usuários nas redes sociais continuam expressando sua frustração diante da falta de soluções estruturais e da recorrente dependência de medidas paliativas. A população, já acostumada a essas interrupções, enfrenta mais um dia de incerteza energética em um contexto de crescente descontentamento social.
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