Governo de Las Tunas impõe restrições rigorosas de horário a trabalhadores por conta própria e Mipymes

O governo impôs restrições de horário a trabalhadores autônomos e Mipymes, limitando as operações a determinados horários e áreas, gerando preocupações sobre o impacto nas atividades econômicas locais.

Cafeteria privada em Cuba (Imagem Referencial)Foto © CiberCuba

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O Conselho de Administração do município de Las Tunas anunciou neste domingo novas regulamentações que afetam diretamente os trabalhadores por conta própria e micro, pequenas e médias empresas (Mipymes) da localidade.

Estas medidas, publicadas na página de Facebook do Periódico 26 de Las Tunas, visam regular horários de abertura, fechamento e tarifas de serviços em diferentes áreas do município.

Captura Facebook / Periódico Las Tunas Cuba

Entre as disposições, estabelece-se uma tarifa máxima única de 10,00 CUP por passageiro para os serviços de transporte elétrico operados por trabalhadores autônomos e Mipymes.

Além disso, foram estabelecidos horários rígidos para as atividades comerciais e de serviços, dependendo da localização dos estabelecimentos.

Os negócios localizados nas ruas Francisco Varona (entre Lucas Ortiz e Frank País) e Francisco Vega (entre Joaquín Agüero e Lucas Ortiz), onde se encontram os boulevards da cidade, deverão operar exclusivamente entre às 7:00 e às 23:00, de segunda a domingo.

Segundo o Conselho, esta medida visa garantir a ordem nessas áreas movimentadas.

Em áreas concentradas, como pontos de transporte e terminais, será permitido o funcionamento ininterrupto.

Entre as zonas incluídas estão a saída de Jobabo, saída para Manatí, saída para Holguín (Hospital Pediátrico), La Caldosa, saída para Puerto Padre (Los Pinos), El Tanque e o Hospital Guevara.

No entanto, o Conselho deixou claro que, após as 23h00, não será permitido o uso de música que afete a tranquilidade dos cidadãos.

O restante das instalações e estabelecimentos comerciais fora dessas áreas específicas deverá operar exclusivamente entre as 7h00 e as 23h00.

Essas regulamentações geram preocupações entre os trabalhadores do setor privado, que acreditam que as restrições de horários e preços podem afetar a competitividade e a capacidade de atender à demanda dos clientes.

Na seção de comentários, Arnoldo Alemán Cordero expressou sua crítica às novas regulamentações, classificando como “risível” a ideia de regular os horários de prestação de serviços no setor privado.

Segundo Alemán, essas medidas não afetarão apenas a receita dos negócios, mas também o nível de arrecadação de impostos sobre lucros, vendas e rendimentos pessoais. Além disso, ele antecipou que haverá uma redução de postos de trabalho, o que deixará muitas pessoas desempregadas, especialmente aquelas que dependem de atividades noturnas.

Também enfatizou que o imposto sobre a utilização da força de trabalho será afetado por essa decisão.

Quanto à tarifa única de dez pesos para o transporte elétrico, Alemán reconheceu que poderia ser benéfica para os clientes, mas criticou que as autoridades esquecem que os meios elétricos foram adquiridos em dólares americanos, sem subsídios ou reduções fiscais por parte do governo.

Para ele, essa medida está condenada ao fracasso, pois não leva em conta as necessidades dos proprietários nem os custos reais de operação.

Dori Hidalgo Hechavarría apontou nos comentários que as tarifas de 10 pesos para o transporte elétrico não consideram os custos reais de manutenção desses meios.

Argumentou que, no momento de substituir baterias ou pneus, esse valor é insuficiente, sugerindo que uma tarifa de 20 ou 30 pesos seria mais adequada para equilibrar os gastos operacionais dos proprietários.

Nos últimos meses, diversas medidas restritivas implementadas pelo governo cubano têm impactado gravemente o setor privado, limitando seu crescimento e afetando significativamente seu funcionamento.

Um áudio vazado de uma reunião entre trabalhadores autônomos cubanos e representantes do regime comunista revelou a crescente frustração do setor privado diante das recentes restrições impostas pelo governo.

A polêmica centra-se na Resolução 56/2024 do Ministério do Comércio Interno, que limita severamente a comercialização por atacado, colocando em risco a sobrevivência de Micro, Pequenas e Médias Empresas (Mipymes), cooperativas não agropecuárias (CNA) e trabalhadores autônomos (TCP).

No material, amplamente divulgado em redes sociais, os trabalhadores autônomos expressam sua insatisfação com as medidas governamentais. Um dos participantes, visivelmente indignado, declarou: “Vocês, como governo, têm a obrigação de resolver os seus problemas, e nós os nossos. Mas não podem nos pisotear assim”.

A nova normativa obriga as Mipymes e cooperativas a comercializarem exclusivamente através de empresas estatais ou comercializadoras controladas pelo governo.

Além disso, estabelece prazos restritivos de 90 dias para atualizar licenças e 120 dias para liquidar estoques atacadistas. O descumprimento acarreta severas sanções, incluindo multas, apreensões e o cancelamento de licenças operacionais.

Perguntas frequentes sobre as restrições aos trabalhadores por conta própria e Mipymes em Las Tunas

Quais são as novas restrições de horário impostas aos trabalhadores autônomos e Mipymes em Las Tunas?

As novas regulamentações estabelecem que os negócios em certas áreas de Las Tunas só poderão operar entre às 7:00 da manhã e às 11:00 da noite. Essas restrições afetam tanto os trabalhadores autônomos quanto as micro, pequenas e médias empresas, e se aplicam principalmente nas áreas mais movimentadas do município.

Que impacto podem ter essas regulamentações nos trabalhadores autônomos e nas MPMEs?

As restrições de horário e tarifas podem afetar a competitividade e a capacidade de atender à demanda dos clientes, além de impactar a receita dos negócios e a arrecadação de impostos. Essas medidas são vistas pelos trabalhadores do setor privado como um obstáculo para o crescimento e a estabilidade do setor privado.

O que os cuentapropistas acham da tarifa de 10 CUP para o transporte elétrico?

Os cuentapropistas consideram que a tarifa de 10 CUP é insuficiente para cobrir os custos reais de operação, como a manutenção e a substituição de baterias. Alguns sugerem que uma tarifa de 20 ou 30 pesos seria mais adequada para equilibrar os gastos operacionais.

Quais outras medidas restritivas o governo cubano implementou que afetam o setor privado?

O governo cubano estabeleceu restrições à comercialização por atacado e impôs tarifas de importação em divisas ao setor não estatal, entre outras medidas. Essas ações visam controlar o mercado e a economia, mas têm sido criticadas por restringir o crescimento e a autonomia do setor privado.

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