Nicolás Maduro foi empossado nesta sexta-feira como presidente da Venezuela para um novo período de seis anos, em um ato protocolar realizado na Assembleia Nacional, em Caracas.
Maduro tomou posse de forma ilegítima para um terceiro mandato presidencial consecutivo, em um ato rejeitado por grande parte da comunidade internacional devido à falta de transparência e legitimidade no processo eleitoral realizado no final de julho de 2024 na nação sul-americana.
“Diante da Constituição, cumprirei todos os seus mandatos, todas as obrigações da Constituição e as leis da República. Este novo período presidencial será o da paz, da igualdade e da nova democracia. Juro pela História e pela minha vida”, declarou Maduro às 10h45 (horário local) no Salão Elíptico do palácio legislativo.
Jorge Rodríguez, líder do Parlamento e um de seus colaboradores mais próximos, formalizou o ato com as palavras: “Fica você investido no cargo de presidente constitucional da República Bolivariana da Venezuela”.
Após a posse, Maduro fez
"O poder que eu tenho não me foi dado por um governo estrangeiro, nem por um governo gringo. Não foi o Governo dos Estados Unidos que me colocou como presidente. Meu poder emana da história e do povo", afirmou.
A cerimônia de juramentação ocorreu em meio a um clima de forte controvérsia.
Tanto seus opositores quanto vários governos estrangeiros, incluindo os Estados Unidos, haviam instado Maduro a não assumir o cargo e a iniciar uma transição democrática após os resultados contestados das eleições de 28 de julho.
Miguel Díaz-Canel chegou na manhã desta sexta-feira a Caracas para assistir ao novo assalto ao poder de Nicolás Maduro.
"Já estamos em #Venezuela, Pátria do bravo povo de Simón Bolívar, Hugo Chávez e Nicolás Maduro. Viemos para acompanhar, na hora de seu juramento, o legítimo Presidente deste país que é o berço do independentismo em Nossa América. Aqui está #Cuba, irmão Nicolás", pode-se ler na conta no X do governante.
Díaz-Canel, que curiosamente chegou a Caracas sem Lis Cuesta, foi recebido no Aeroporto Internacional “Simón Bolívar” de Maiquetía, pouco depois das oito da manhã (hora local). É a sétima vez que Díaz-Canel visita a Venezuela desde que assumiu a presidência.
O apoio de Cuba a Maduro gerou críticas tanto internas quanto internacionais. O regime cubano é um dos poucos que reconhece a vitória de Maduro, o que tem sido questionado pela comunidade internacional e por milhões de venezuelanos que não consideram legítimas as eleições. Essa postura tem alimentado as tensões políticas na região.
María Corina Machado e Edmundo González
Nesta quinta-feira, a líder da oposição venezuelana María Corina Machado saiu da clandestinidade para participar de uma mobilização em Caracas.
No entanto, quando já estava saindo do evento, Machado foi sequestrada por forças ligadas ao regime chavista de Nicolás Maduro e liberada pouco depois.
“Se consumarem esse crime contra a constituição e a soberania popular, estarão sentenciando seu destino”, acrescentou.
Na X, a oposicionista agradeceu ontem aos venezuelanos pela participação nas protestas, pois o povo demonstrou "como se VENDE ao medo!".
"Nunca me senti tão orgulhosa de ser venezuelana. Obrigada, obrigada, a todos os cidadãos que saíram às ruas para reivindicar nossa vitória de 28 de julho e para COBRÁ-LA! Meu coração está com o venezuelano que foi ferido por bala quando as forças repressivas do regime me prenderam. Eu agora estou em um lugar seguro e com mais determinação do que nunca para continuar ao lado de vocês ATÉ O FIM!", escreveu.
A opositor prometeu para esta sexta-feira comunicar "o que vem". Até o fechamento desta nota, não constam novas publicações em seu perfil no X.
Edmundo González, líder opositor exilado na Espanha desde setembro, afirma ter vencido as eleições com base nas atas de votação e foi reconhecido como presidente por vários países. De Madrid, prometeu retornar à Venezuela para assumir a presidência.
Arquivado em: