Revelam contas bancárias de militares cubanos com milhões de dólares no exterior

Filtragens revelam que militares cubanos possuem bilhões em contas no exterior, enquanto a população enfrenta escassez.

Banco Financiero Internacional, 5ta y 92, Playa, La Habana, Cuba. © Facebook / Alexis De La Cruz Alvarez
Banco Financiero Internacional, 5ª e 92, Playa, Havana, Cuba.Foto © Facebook / Alexis De La Cruz Alvarez

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Documentos filtrados revelaram que o conglomerado militar cubano, liderado pelas Forças Armadas Revolucionárias de Cuba (FAR), possui bilhões de dólares em contas bancárias no exterior, enquanto a população enfrenta uma grave crise humanitária, marcada pela escassez de medicamentos e suprimentos médicos.

Registros financeiros obtidos e revelados pelo Miami Herald mostram que empresas ligadas aos militares cubanos, como a Gaviota (dedicada ao turismo), possuem aproximadamente 4,3 bilhões de dólares em suas contas, uma quantia que supera em quase 13 vezes os 339 milhões de dólares que o governo cubano solicitou para abastecer as farmácias do país com medicamentos essenciais, aponta a publicação.

As empresas controladas pelas FAR acumularam vastas quantias de dinheiro, o que aumentou a dívida nacional e piorou a vida dos cidadãos, detalha o veículo.

Os documentos filtrados da GAESA mostram como essas entidades desviaram os recursos destinados a aliviar a crise econômica e, em julho de 2024, a Gaviota tinha 88,6 bilhões de pesos em ativos, incluindo 51 bilhões em investimentos de longo prazo.

O Banco Financeiro Internacional da ilha, controlado pela GAESA, gerencia grande parte desses fundos, incluindo aqueles provenientes das remessas e dos pagamentos de governos estrangeiros pelas missões médicas cubanas.

Desde 2008, sob a presidência de Raúl Castro, a GAESA aumentou seu controle sobre diversos setores da economia, incluindo turismo, telecomunicações e a gestão de remessas enviadas por cubanos no exterior.

Em 2023, apesar dos efeitos devastadores da pandemia e das sanções, 36% de todos os investimentos do governo foram destinados à construção de novos hotéis, enquanto apenas 2,9% foram alocados à agricultura e 1,9% a programas de saúde e assistência social.

Apesar da falta de turistas, com a chegada de apenas 1,8 milhões de visitantes internacionais em 2023 (em comparação com 4,2 milhões em 2018), o governo continua investindo bilhões na construção de novos quartos de hotel, na sua maioria sob o controle da GAESA.

Os especialistas econômicos cubanos explicaram que a crise no setor de energia e em outros como a construção de habitações e o colapso do sistema hospitalar é uma decisão política, uma vez que o regime opta por investir no setor turístico, mesmo com a baixa afluência de visitantes.

Perguntas frequentes sobre corrupção e crise econômica em Cuba

O que revelam os documentos vazados sobre as contas bancárias dos militares cubanos?

Os documentos vazados mostram que as Forças Armadas Revolucionárias de Cuba (FAR) possuem bilhões de dólares em contas bancárias no exterior, enquanto a população enfrenta uma grave crise humanitária. Empresas ligadas aos militares, como a Gaviota, têm aproximadamente 4,3 bilhões de dólares em suas contas.

Como a corrupção militar afeta a economia e a população cubana?

A corrupção militar em Cuba, manifestada no controle de recursos e contas milionárias no exterior, desviou fundos destinados a aliviar a crise econômica, exacerbando a dívida nacional e piorando as condições de vida dos cidadãos. Isso contrasta com a escassez de medicamentos e suprimentos básicos na ilha.

Por que Cuba continua investindo em turismo apesar da crise econômica?

Apesar da baixa afluência de turistas, o regime cubano continua investindo no setor turístico. Em 2023, 36% de todos os investimentos do governo foram destinados à construção de novos hotéis, enquanto setores essenciais como a agricultura e a saúde receberam menos de 5% dos investimentos. Essa decisão política prioriza o turismo em detrimento das necessidades básicas da população.

Qual é o impacto das remessas na economia cubana?

As remessas são uma fonte crucial de divisas para Cuba, mas o controle por parte do conglomerado militar GAESA desvia esses fundos das necessidades básicas da população para projetos como a construção de hotéis turísticos. Isso tem sido possível por meio de empresas como Orbit S.A., que, apesar de serem apresentadas como civis, estão sob controle da GAESA.

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Redação do CiberCuba

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