Fincimex presume melhorias em habitações que seus trabalhadores não podem arcar com seu salário.

Os comentários de agradecimento refletem um profundo tom de gratidão em relação à FINCIMEX, destacando que as reformas habitacionais permitiram aos trabalhadores alcançar metas que antes consideravam inalcançáveis.

Viviendas reparadas FINCIMEX © Facebook/Fincimex S.A
Viviendas reparadas FINCIMEXFoto © Facebook/Fincimex S.A

FINCIMEX (Financiera Cimex S.A.), entidade financeira cubana que faz parte do conglomerado empresarial GAESA, se parabenizou por realizar a reparação de moradias para seus empregados, que, devido aos baixos salários que recebem, não poderiam fazer isso por seus próprios meios.

“Quarenta por cento dos trabalhadores da entidade se beneficiaram da reserva criada para a reparação de habitações. O fruto do trabalho coletivo, utilizado corretamente. Sim, é possível! Juntos”, escreveu a entidade em uma mensagem compartilhada no Facebook.

Captura de Facebook/Fincimex S.A.

As imagens das reparações realizadas evidenciam trabalhos de construção focados principalmente em cozinhas e banheiros, onde foram melhoradas tanto a infraestrutura quanto as instalações hidráulicas. Essas reparações foram realizadas em um contexto em que os trabalhadores não têm acesso aos recursos necessários para realizar tais melhorias por seus próprios meios.

Como era de se esperar, a publicação estava cheia de expressões de agradecimento, especialmente considerando que poucas empresas podem arcar com reparações desse tipo, dado que suas receitas mensais são significativamente inferiores às que recebe a FINCIMEX.

Captura do Facebook/Fincimex S.A.

Os comentários refletem um profundo tom de gratidão em relação à FINCIMEX, destacando que as reparações de habitações permitiram aos trabalhadores alcançar metas que antes consideravam inalcançáveis. A narrativa ressalta valores do modelo socialista, referindo-se à FINCIMEX como uma entidade "na vanguarda da atenção ao homem". Esta perspectiva busca legitimar as ações da instituição, apresentando-a como exemplo para outras empresas com maiores limitações econômicas.

Recordemos que em Cuba os salários e as pensões receberam um aumento substancial em todas as esferas laborais desde 1º de janeiro de 2020, mas o impacto da medida para os cidadãos foi reduzido devido aos níveis de inflação que se geraram durante o processo de unificação monetária.

O governo cubano fixou o salário mínimo em 2.100 pesos cubanos (CUP), cerca de seis dólares na taxa de câmbio do mercado informal de divisas.

O aumento salarial, como foi previsto após o anúncio dessa medida, se desvalorizou diante de uma realidade econômica improdutiva e dependente do mercado externo para o abastecimento de produtos básicos.

Por esta razão, os trabalhadores cubanos não conseguem cobrir suas necessidades alimentares com o salário que recebem, muito menos podem destinar recursos para a reparação de suas casas. Essa situação explica por que os agradecimentos pelas ações de reparação de casas são tão efusivos.

FINCIMEX é uma entidade financeira cubana que opera sob o Grupo CIMEX e pertence à GAESA, o conglomerado empresarial que está nas mãos dos militares cubanos, o que gerou controvérsias e sanções internacionais.

A empresa gera seus ingresos principalmente através da gestão de remessas para Cuba, um setor crítico para a economia da ilha. Além disso, a FINCIMEX obtém receitas pela emissão e operação de cartões magnéticos, como os cartões AIS e o Cartão Clássico USD, que facilitam pagamentos em Moeda Livremente Convertível (MLC) dentro do país.

Outro fluxo de receitas vem do processamento de pagamentos eletrônicos e do arrendamento de infraestrutura de pagamento, como os pontos de venda (POS) distribuídos na rede comercial cubana. No entanto, muitas dessas operações enfrentaram problemas técnicos, afetando a recepção oportuna de remessas e limitando os serviços financeiros da empresa.

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