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A jovem Yiliannis Bueno Espinosa, de 29 anos e mãe de duas meninas pequenas, foi assassinada por seu ex-parceiro nesta quarta-feira, na localidade de El Sur, no município Tercer Frente, em Santiago de Cuba, conforme confirmaram fontes próximas à vítima.
O feminicídio de Bueno foi divulgado por seu tio, Liuvan Lozada Carbonell, que revelou que o autor do crime, conhecido pelo apelido de Lali, matou sua sobrinha com um facão antes de fugir.
"Um assassinato a golpes de facão contra esta pessoa jovem, cheia de vida e com duas filhas, que agora são órfãs por causa de um assassino covarde e doente", denunciou em uma publicação no Facebook.
"Que o autor deste assassinato a sangue-frio da minha sobrinha em uma localidade de Tercer Frente, no Sul, hoje, receba todo o peso da lei sobre ele, que se encontra foragido. Quem souber de algo sobre este caso e tiver informações sobre seu paradeiro, entre em contato com a polícia urgentemente," pediu.
Lozada esclareceu que o homem não era o marido da vítima, “era um senhor com problemas mentais, obcecado, apaixonado por ela, que acabou com sua vida”, e pediu um endurecimento das leis para julgar com maior severidade os feminicidas.
O comunicador santiaguero Yosmany Mayeta revelou em seu perfil detalhes do brutal ataque que ceifou a vida da jovem mãe.
De acordo com informações fornecidas por uma fonte, Bueno havia levado suas filhas à escola e, ao retornar, foi surpreendida pelo agressor, que a apunhalou no peito e, quando ela tentou fugir, começou a estrangulá-la.
De acordo com esta versão dos fatos, a jovem morreu quando estava sendo levada ao policlínico local, em razão da gravidade da ferida que o homem lhe causou no coração.
O comunicador afirmou que o assassino foi capturado pelas autoridades.
O Observatório de Gênero da revista Alas Tensas (OGAT) confirmou nesta quinta-feira o feminicídio de Bueno e de outra mulher na província de Holguín, elevando para 53 o total de crimes por violência machista em Cuba durante 2024, de acordo com o sub-registro mantido pelas plataformas independentes cubanas.
Em 2023, a OGAT e o observatório da plataforma YoSíTeCreo em Cuba confirmaram um total de 89 feminicídios no país. No entanto, segundo estatísticas parciais divulgadas pelo governo cubano, até outubro daquele ano foram registrados 117 feminicídios, embora o regime não tenha utilizado esse termo para se referir aos assassinatos.
A contagem das autoridades cubanas ultrapassa o número de mortes violentas de mulheres registrado por organizações feministas independentes no país, que se dedicam ao atendimento das mulheres e à proteção de seus direitos.
No Código Penal cubano, o feminicídio não está tipificado como crime, e também não são utilizados os termos “feminicídio” ou “crime machista”.
Em agosto passado, o regime revelou que em 2023 foram julgados em tribunais 110 casos de assassinatos de mulheres de 15 anos ou mais por razões de gênero, de acordo com dados do Observatório de Cuba sobre Igualdade de Gênero.
Também foram julgados 378 casos de violência sexual e um número indeterminado de mulheres ficou com lesões após ataques de seus ex-parceiros.
A oficialista Federação de Mulheres Cubanas (FMC) reconheceu que mais de 16.000 mulheres e meninas, de 9.579 famílias, vivem em situação de violência no país.
O governo criou, no meio deste ano, um sistema nacional de registro, atendimento, acompanhamento e monitoramento dos casos de violência de gênero no ambiente familiar.
Perguntas frequentes sobre feminicídios em Cuba
Quantos feminicídios foram registrados em Cuba em 2024?
Em 2024, foram registrados 53 feminicídios em Cuba, de acordo com o subregistro de plataformas independentes, como o Observatório de Gênero da revista Alas Tensas e o YoSíTeCreo em Cuba. Esses números refletem uma realidade alarmante de violência de gênero no país.
Quais medidas estão sendo adotadas em Cuba para combater a violência de gênero?
Apesar do aumento dos feminicídios, o governo cubano ainda não classificou o feminicídio como crime no Código Penal. No entanto, foi criado um sistema nacional de registro, atendimento, monitoramento e acompanhamento da violência de gênero no âmbito familiar, embora sua eficácia ainda seja questionada por organizações feministas e ativistas.
O que aconteceu com o assassino de Yiliannis Bueno Espinosa em Santiago de Cuba?
O assassino de Yiliannis Bueno Espinosa foi capturado pelas autoridades após fugir depois de cometer o crime. Este caso foi um dos mais recentes e brutais feminicídios reportados em Cuba, refletindo a urgência de medidas mais rigorosas para prevenir tais atos de violência.
Quais são as críticas em relação à gestão governamental dos feminicídios em Cuba?
As principais críticas concentram-se na falta de reconhecimento oficial do termo "feminicídio" e na insuficiência de ações concretas para proteger as mulheres. As organizações feministas e a sociedade civil apontaram que as autoridades não respondem de maneira eficaz aos alertas prévios de desaparecimentos e ameaças, o que poderia prevenir muitas dessas tragédias.
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