Preços da gasolina em Cuba: Ativista denuncia que chegam a 700 pesos por litro no mercado negro

Uma ativista denuncia que o preço da gasolina no mercado informal chega a 700 CUP por litro, refletindo a grave crise energética que afeta Cuba.

Gasolinera en La Habana (Imagen de referencia) © Trabajadores
Posto de gasolina em Havana (Imagem de referência)Foto © Trabalhadores

Em meio à crise energética que afeta a população cubana, uma ativista denunciou neste domingo nas redes sociais que o preço da gasolina aumentou no mercado informal, atingindo cifras exorbitantes.

A ativista Johanna Jolá Álvarez denunciou no Facebook que os preços da gasolina no mercado negro estão atingindo níveis alarmantes.

Captura do Facebook / Johanna Jolá Álvarez

"Acabaram de me oferecer gasolina a 700 CUP por litro. Fiquei sem saber o que responder. Que realidade terrível estamos vivendo!", expressou em sua publicação, acompanhada de emojis que refletem seu espanto e indignação.

Na seção de comentários, a ativista, que lidera o projeto solidário “Huellas”, expressou sua preocupação com as dificuldades para arrecadar doações devido à falta de combustível.

“Minha desesperação com o combustível é precisamente que não tenho para coletar doações. Nosso povo em Guantánamo precisa de ajuda de verdade... aquilo é caótico”, destacou.

Além disso, descreveu a alarmante situação de miséria extrema que vive essa região: "Nunca vi em minha vida um povo tão abandonado à própria sorte. A alma se despedaça de tanta dor, de ver tanta miséria extrema, tanta sobrevivência no limite do que é humanamente possível."

A ativista compartilhou o testemunho comovente de crianças que “pegam e comem invenções com ervas porque seus pais não têm nada mais para lhes dar”, o que considerou uma realidade “devastadora”, agravada pela ausência das autoridades em meio a essa crise.

Também na seção de comentários, várias pessoas confirmaram a gravidade da crise de acesso à gasolina em diferentes partes de Cuba.

Himerio Martínez Cañedo, residente em Guanabacoa, compartilhou um relato sobre a situação que observa diariamente: “Eu moro em frente ao Cupet de Corral Falso, e os motoristas, junto com os vendedores, estão dormindo na minha porta há quatro dias, com o frio da madrugada e até mesmo sob a chuva que caiu ontem”.

Martínez alertou que os preços poderiam continuar a subir: “Daqui a alguns dias estará a mil.” Além disso, manifestou sua preocupação com as condições extremas que a população enfrenta devido a essa crise: “Terrível o que está acontecendo. Espero que melhore esta semana”, concluiu.

“Assim está há um tempo. E na primeira vez que o Sistema Elétrico Nacional (SEN) caiu, chegou a estar a 1.000 pesos por litro”, denunciou Luis Villalobos Argilagos.

O internauta também insinuou que, nos últimos tempos, o aumento da demanda por gasolina pode estar relacionado com a necessidade de abastecer as usinas elétricas que muitas famílias têm em suas casas, uma solução diante das frequentes quedas de energia.

A crise dos combustíveis não se limita a Havana. Em Cienfuegos, as autoridades do Governo Provincial do Poder Popular anunciaram um conjunto de medidas rigorosas para regular a venda de gasolina na região.

Este pacote de disposições, que entrou em vigor no dia 2 de dezembro de 2024, tem como objetivo combater irregularidades e prevenir atos delituosos relacionados à comercialização de combustíveis, em meio a uma profunda crise energética que afeta toda a nação.

O comunicado estabelece restrições tanto na quantidade de combustível que as pessoas físicas podem adquirir quanto nos pontos de venda autorizados.

O humorista cubano Otto Ortiz também denunciou recentemente a difícil situação com o combustível na ilha. Segundo ele, emprestaram-lhe um carro para se deslocar, mas logo ficou sem gasolina.

“Começo a ligar para amigos, a brigada de salvamento e resgate, e ninguém podia”, escreveu, refletindo a precariedade da situação, embora sem perder a comicidade que o caracteriza.

Após duas horas de espera, um de seus amigos, Albertico, chegou ao local para ajudá-lo, mas, como costuma acontecer na ilha, ele também não tinha gasolina.

A este panorama se junta a crise do serviço de micro-ônibus Gazelles, conhecidas como “gacelas”, em Havana, onde apenas 60% da frota está operativa devido à insuficiência dos 9.800 litros de diesel atribuídos diariamente, segundo o Ministério dos Transportes.

Perguntas frequentes sobre a crise energética e o preço da gasolina em Cuba

Qual é o preço atual da gasolina no mercado negro em Cuba?

O preço da gasolina no mercado negro em Cuba alcançou 700 pesos por litro. Esse valor tem sido denunciado por ativistas como Johanna Jolá Álvarez e reflete uma grave crise de abastecimento energético na ilha.

Quais medidas o governo cubano tomou para regular a venda de gasolina?

Em Cienfuegos, as autoridades implementaram um conjunto de medidas rigorosas para regular a venda de gasolina, com o objetivo de combater irregularidades e prevenir atos delituosos relacionados ao combustível. Essas medidas incluem restrições na quantidade de combustível que as pessoas podem adquirir e a limitação dos pontos de venda.

Como a crise de combustível está afetando a população cubana?

A crise de combustível em Cuba está afetando gravemente a vida diária dos cidadãos, que enfrentam dificuldades para realizar atividades básicas, como coletar doações ou se deslocar. Além disso, essa situação resultou em um aumento nos preços do mercado negro e uma escassez alarmante de recursos em regiões como Guantánamo.

Qual é a relação entre a crise de gasolina e os apagões em Cuba?

A crise de gasolina em Cuba está relacionada à necessidade de combustível para geradores domésticos, que são utilizados por muitas famílias para enfrentar os constantes apagões. Esse aumento na demanda por gasolina agravou a escassez e contribuiu para a alta dos preços no mercado negro.

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