Vários cidadãos santiaguenses enfrentaram nesta terça-feira policiais da Polícia Nacional devido à recente onda de apreensões de produtos e multas excessivas aos vendedores ambulantes.
Em um vídeo publicado pelo jornalista Yosmany Mayeta Labrada na rede social Facebook, é possível observar a reação indignada de várias pessoas a essas ações injustificadas contra os trabalhadores autônomos, incluindo os chamados carretilleros.
O próprio Mayeta expôs que as autoridades, lideradas por Beatriz Johnson, Manuel Falcón e o Partido Comunista de Santiago de Cuba, têm sido apontadas por implementar essas políticas, que afetam diretamente aqueles que buscam sustentar suas famílias.
Da mesma forma, exigiu a restituição dos produtos apreendidos e que estes não sejam utilizados em refeitórios governamentais ou em benefício pessoal das autoridades.
A denúncia se espalhou rapidamente nas redes sociais, onde os afetados qualificaram essas ações como um roubo escandaloso que merece ser repudiado.
Uma situação semelhante tem sido vivida pelos vendedores de flores, o que aumenta o descontentamento em uma cidade que enfrenta sérios desafios econômicos e sociais, enquanto as famílias lutam para defender seu direito ao trabalho e levar diariamente um prato de comida às suas mesas.
O governante Miguel Díaz-Canel iniciou uma nova cruzada contra a corrupção em Cuba, em meio aos escândalos nas redes sociais protagonizados por seu enteado Manuel Anido e Sandro, o neto de Fidel Castro.
De 2 a 7 de dezembro, será realizado em Cuba o Exercício Nacional de Prevenção e Enfrentamento ao Crime, à Corrupção, às Ilegalidades e às Indisciplinas Sociais. O evento tem o objetivo de fortalecer o trabalho dos órgãos do Estado e das organizações sociais para garantir a segurança e a ordem pública.
Em julho passado, o tribunal municipal de Cienfuegos condenou a cinco anos de prisão um carroceiro acusado de agredir dois inspectores que tentavam aplicar uma multa.
O sancionado, chamado Leonardo Díaz Carrasco, foi acusado de dois delitos de atentado pelos fatos ocorridos no dia 2 de fevereiro no conselho popular La Juanita.
Em dezembro de 2023, agentes da Polícia Nacional Revolucionária detiveram um vendedor ambulante e um grupo de pessoas aproveitou a situação para saquear a barraca e levar a mercadoria.
Os fatos ocorreram em Havana e foram registrados pela câmera de um celular de um vizinho da área. O vídeo, compartilhado nas redes sociais, não especifica a data nem o local exato onde os acontecimentos ocorreram.
Perguntas frequentes sobre as apreensões e a situação social em Santiago de Cuba
Por que os santiaguenses enfrentam a polícia?
Os santiaguenses confrontaram a polícia devido à recente onda de apreensões de produtos e multas excessivas a vendedores ambulantes, conhecidos como carretilleros. Essas ações têm sido vistas como injustificadas e afetam aqueles que buscam sustentar suas famílias. As políticas implementadas pelas autoridades têm sido apontadas pela população como um roubo escancarado.
Qual é o papel das redes sociais na denúncia das apreensões em Santiago de Cuba?
As redes sociais têm sido fundamentais para visibilizar e denunciar as ações de apreensão em Santiago de Cuba. Jornalistas independentes e cidadãos têm utilizado plataformas como o Facebook para compartilhar vídeos e experiências, o que permitiu que as denúncias se espalhassem rapidamente e gerassem um debate sobre a situação econômica e social no país.
Qual é a resposta do governo cubano diante da crise dos vendedores ambulantes?
O governo cubano iniciou uma cruzada contra a corrupção e as ilegalidades, mas essas medidas têm sido criticadas por se concentrarem nos vendedores ambulantes em vez de abordar problemas estruturais. As autoridades foram acusadas de implementar políticas que dificultam a subsistência dos trabalhadores autônomos em meio a uma crise econômica e social.
Como a situação das apreensões afeta os camponeses e fornecedores locais em Cuba?
Os confiscos também têm afetado os camponeses e fornecedores locais, que veem seus produtos sendo apreendidos ao tentar transportá-los para as cidades. Isso representa um obstáculo adicional para aqueles que dependem da venda de seus produtos para sobreviver, acentuando a crise alimentar no país e provocando um debate sobre a falta de apoio aos produtores locais.
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