O jovem ativista cubano Leandro René Hernández Ibarra denunciou nesta segunda-feira na rede social X (anteriormente Twitter) que se encontra preso no aeroporto Jorge Chávez, em Lima, no Peru, após o governo da Nicarágua ter negado sua entrada em seu território, o que, em sua opinião, demonstra "os tentáculos do regime de Cuba".
"Sou um jovem cubano que se manifestou abertamente contra as políticas do regime que domina meu país e isso sempre me trouxe problemas com a Segurança do Estado. A tal ponto que agora estou preso no aeroporto de Lima, no Peru, porque os tentáculos do regime chegam até Managua, que é seu braço direito. Estou em um limbo migratório, pois não consigo sair de Lima e não posso entrar em Managua. Não posso ir, nem mesmo, a El Salvador. Não me deixaram embarcar. É um voo com a companhia aérea Avianca e não me permitem sequer chegar a El Salvador, onde preciso fazer uma conexão antes de ir para Managua. Faço este vídeo para que a América Latina entenda até onde vão as garras do comunismo cubano", disse em um vídeo compartilhado no X.
Hernández Ibarra se encontra neste momento retido no aeroporto de Lima, em um limbo migratório, após 48 horas sem saber como terminará o seu caso. "Ontem conseguimos encontrar um bilhete para a Guiana com várias escalas, mas uma das companhias aéreas, a Avianca, tem uma regra, conforme lhe explicaram no Atendimento, de um máximo de 24 horas para fazer uma conexão internacional. Após esse tempo (ele está há 48 horas no aeroporto), não lhe permitem embarcar em um voo."
"Ao vê-lo nessa situação, procurei as entidades migratórias", aponta o ativista cubano, esclarecendo que apresentou às autoridades de Imigração peruanas que tinha tudo em ordem: reservas de hotéis, passagens pagas; o e-mail da Nicarágua negando seu acesso ao país e a impossibilidade de retornar a Cuba. Foi então, após 48 horas no Duty Free, que decidiu pedir asilo político.
Pouco depois, esclareceu na rede social X que está à espera de que as entidades de Relações Exteriores, responsáveis pelo trâmite de seu refúgio, se apresentem no aeroporto. "Enquanto isso, devo continuar vagando pelo Duty Free do aeroporto pelo tempo que demorar", apontou.
Em março de 2022, o jovem cubano Leandro René Hernández Ibarra denunciou as ameaças da Segurança do Estado durante um interrogatório ao qual foi convocado. Em um vídeo compartilhado no X, o ativista contou como a Polícia Política o ameaçou, utilizando até mesmo sua família.
Segundo o jovem, seus interrogadores perguntaram-lhe se já tinha uma "novinha nova", sabendo que ele havia terminado seu relacionamento após sua namorada ter sido ameaçada na frente da escola com a expulsão do centro caso continuasse com ele. Também o reprimiram por não ser o filho que seu pai merece, que tanto lutou pela revolução.
O jovem respondeu através das redes sociais, reafirmando sua posição contra o regime de Díaz-Canel e compartilhando a foto da convocação que havia recebido da Segurança do Estado. Para seus interrogadores, sua postura não é legítima, mas busca apenas fama.
Em junho de 2022, o regime cubano impôs uma multa de 3.000 pesos a este jovem ativista como represália por uma publicação sua na qual zombou e chamou de ditadores Nicolás Maduro e Miguel Díaz-Canel.
Agora enfrenta as represálias da Segurança do Estado, a qual responsabiliza por manobras que resultaram na proibição de entrada em Nicarágua.
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