Residentes de Villa Clara fazem longas filas para comprar carvão, um recurso essencial diante dos frequentes cortes de eletricidade que afetam o país, denunciou o jornalista Mario J Pentón.
A venda de carvão em Santa Clara disparou em meio à crise energética que afeta Cuba, e um vídeo publicado nesta quinta-feira nas redes sociais mostra centenas de pessoas formando fila na feira José Martí para adquirir o carvão, cujo preço atingiu 1500 pesos por saco, mais do que o que recebe um aposentado médio em Cuba.
"Este é o carvão que chegou a José Martí em Santa Clara a 1500 pesos o saco, mais do que ganha um aposentado. Como se pode permitir isso?", questionou Penton em sua publicação no X.
A venda de carvão emergiu como uma alternativa improvisada pelo governo cubano para enfrentar a crise energética, que se intensificou após o apagão em massa reportado em outubro.
Desde há várias semanas, o país enfrenta apagões prolongados, que em alguns casos ultrapassam 24 horas, devido a falhas no sistema elétrico e os danos causados por ciclones. Nesse contexto, a escassez de gás licuado tem forçado muitas famílias a recorrer ao carvão para poder cozinhar.
O governo local em Santa Clara tinha informado inicialmente que a venda de carvão seria realizada em todos os Conselhos Populares da cidade.
No entanto, Alexander Reyes Barreto, vice-intendente responsável pela produção e distribuição de alimentos em Santa Clara, esclareceu em uma emissora local que, por enquanto, a venda será realizada apenas em um ponto específico conhecido como "a Coca-Cola" e que, se as condições climáticas permitirem, também será vendida na feira de José Martí.
Nas redes sociais, especialmente no Facebook, circulam numerosos anúncios de compra e venda de carvão, já que muitas pessoas estão desesperadas para encontrar esse recurso para cozinhar em um país que há anos adotou uma matriz energética para o preparo de alimentos e agora não tem recursos para garantir esse serviço.
O fenômeno não se limita a Santa Clara. Em outras províncias, como Santiago de Cuba, Las Tunas e Pinar del Río, foram registradas longas filas de cidadãos que tentam conseguir carvão para sobreviver enquanto a eletricidade continua sem ser restabelecida.
Na província de Pinar del Río, foi solicitado um aumento na produção de carvão para atender à crescente demanda das famílias afetadas por apagões de até 15 horas diárias. Famílias dessa província estão sem eletricidade há mais de 10 dias.
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