A ex-prisioneira política cubana Angélica Garrido, detida após os protestos de 11 de julho de 2021 (11J), levantou sua voz no "Fórum Parlamentar Transatlântico por uma Cuba Livre", realizado no Parlamento Europeu em Bruxelas, para relatar os abusos que sofreu nas mãos do regime comunista da ilha.
"Fui submetida a repressão, torturas e espancamentos apenas por gritar 'liberdade' ao lado da minha irmã", declarou Angélica, que denunciou a prisão injusta de sua irmã, Maria Cristina Garrido, diretora executiva do Partido Republicano de Cuba e atualmente encarcerada, sendo vítima de maus-tratos.
Garrido descreveu o sofrimento que ambas viveram, incluindo sete dias sem comida e três sem água, enquanto enfrentavam agressões e outras humilhações, como o abuso físico à sua irmã para forçá-la a gritar slogans a favor do regime, informou o portal Cubanet.
“Se urinavam sobre ela para que gritasse ‘Viva Fidel e viva o comunismo’, agredindo-a, das quais ela também tem sequelas que padece atualmente na prisão. Muitas mulheres foram estupradas naquele dia. Nossos filhos têm sequelas psicológicas pelos arrestos arbitrários que fizeram na frente deles”, exclamou.
Angélica, que saiu da prisão em julho passado, e sua irmã Maria Cristina Garrido foram detidas na prisão feminina de Guatao por se manifestarem no dia 11 de julho de 2021 em Quivicán. Os tribunais do regime as condenaram a três e sete anos de prisão, respectivamente.
No fórum, que contou com a presença de líderes políticos e figuras como o senador americano Ted Cruz, Garrido também denunciou que o encarceramento custou a vida de seus pais, incapazes de suportar a angústia e a dor após a prisão de suas filhas.
Ao final do evento, os participantes assinaram a Declaração de Bruxelas, na qual se pede a liberação imediata de todos os prisioneiros políticos e se exige à Comissão da União Europeia que suspenda seu Acordo de Cooperação com Cuba devido às claras violações dos direitos humanos.
Rosa María Payá, líder da plataforma cidadã Cuba Decide e organizadora do evento, afirmou o compromisso de apoiar a mudança democrática na ilha como a única saída para a crise.
O fórum foi um apelo urgente à comunidade internacional para que tome medidas concretas em apoio ao povo cubano e em rejeição à repressão estatal.
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