Nas recentes eleições nos Estados Unidos, os eleitores de origem cubana se destacaram como o único grupo demográfico hispânico a demonstrar um apoio majoritário a Donald Trump, enquanto o restante dos grupos latinos apoiou, em sua maioria, Kamala Harris.
Esse padrão já foi observado anteriormente, mas os números deste ano destacam a persistência de uma preferência política entre os cubano-americanos que os diferencia de outros grupos de origem latino-americana, conforme informou em suas redes sociais a plataforma conservadora AF Post.
Apoio dos diferentes grupos hispânicos
De acordo com os dados eleitorais e as pesquisas realizadas após as eleições, os cubano-americanos votaram 58% em Trump, enquanto apenas 40% apoiaram Harris. No entanto, o apoio dos grupos latinos a Trump cresceu nas recentes eleições, em comparação com as anteriores.
Mexicanos e porto-riquenhos demonstraram um apoio significativo à candidata democrata. Entre os eleitores de origem mexicana, Harris obteve 62% dos votos em comparação com 33% para Trump, enquanto os porto-riquenhos se inclinaram 59% por Harris e 37% por Trump. Outros grupos hispânicos, incluindo aqueles da América Central e do Sul, também se alinharam majoritariamente com Harris.
Os cubano-americanos representam uma minoria dentro da população hispânica dos Estados Unidos, com cerca de 2,6 milhões de pessoas, o que equivale a menos de 1% da população total do país.
Em contraste, os mexicanos representam aproximadamente 11% da população americana e 60% da população hispânica. Essa diferença demográfica ressalta o peso relativo de cada grupo no cenário eleitoral dos Estados Unidos e a influência que certos blocos podem exercer em determinados estados, especialmente em áreas com alta concentração de eleitores cubanos, como o sul da Flórida.
Fatores que explicam o apoio cubano a Trump
O amplo apoio dos cubanos a Trump tem sido um tema de interesse entre analistas e especialistas em política americana. Uma das principais razões é a posição de Trump em relação ao regime cubano.
Durante seu primeiro mandato, o ex-presidente implementou uma série de sanções e restrições que revertiam as políticas de aproximação promovidas pelo governo de Barack Obama, na esperança de pressionar o governo cubano e limitar o fluxo de receitas para a ilha.
Além disso, o Partido Republicano tem capitalizado uma narrativa anticomunista que ressoa fortemente entre os cubano-americanos, muitos dos quais chegaram aos Estados Unidos fugindo do regime socialista em Cuba.
A retórica de Trump e sua postura firme contra o regime cubano reforçaram essa percepção, alinhando a comunidade cubano-americana aos valores republicanos de liberdade econômica e oposição aos regimes de esquerda.
Implicações para futuras eleições
O apoio cubano a Trump e ao Partido Republicano se consolidou como uma tendência que pode ter implicações nas próximas eleições, especialmente na Flórida, um estado chave no mapa eleitoral.
A preferência dos cubanos pelo Partido Republicano pode influenciar as estratégias políticas de ambos os partidos, uma vez que os democratas buscam reduzir essa diferença apelando a temas como imigração e direitos humanos, enquanto os republicanos continuam a fortalecer sua mensagem de "linha dura" contra os regimes de esquerda na América Latina.
Este padrão destaca a diversidade dentro da comunidade hispânica nos Estados Unidos e sublinha que não existe um voto latino monolítico. A aliança política entre cubano-americanos e republicanos pode ser um fator decisivo nas eleições futuras, enquanto o Partido Democrata trabalha para expandir sua influência entre outros grupos hispânicos no país.
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