Sincroniza pela primeira vez o Sistema Elétrico Nacional após o colapso em Cuba

Após o colapso do Sistema Elétrico Nacional na última sexta-feira e tentativas frustradas de restabelecer a rede, a conexão foi restabelecida nesta terça-feira.

Linieros en Cuba (Imagen de referencia) © Facebook / Unión Eléctrica UNE
Linieros em Cuba (Imagem de referência)Foto © Facebook / Unión Eléctrica UNE

A União Elétrica (UNE) de Cuba informou nesta terça-feira que, às 14h44, foi alcançada a sincronização do Sistema Elétrico Nacional (SEN) pela primeira vez desde o colapso que deixou grande parte do país sem fornecimento de energia na última sexta-feira.

"Ao meio-dia e quarenta e quatro, Sistema Elétrico Nacional sincronizado", indicou a entidade em uma mensagem sucinta publicada em seu perfil no Facebook.

Captura do Facebook / União Eléctrica UNE

Este fato marca um passo crucial na recuperação do serviço, após dias de interrupções que afetaram gravemente a população e diversos setores econômicos.

O portal oficialista Cubadebate compartilhou na rede social X um gráfico que mostra a recuperação do SEN em todo o país, evidenciando que a zona ocidental e central apresenta uma situação melhor em comparação com o leste da ilha.

As províncias de Pinar del Río, Mayabeque, Artemisa e Havana apresentam uma recuperação superior a 95%, enquanto entre Matanzas e Camagüey o avanço varia entre 40% e 60%.

Por outro lado, Las Tunas e Holguín mostram uma recuperação de mais de 90% de sua infraestrutura elétrica, enquanto em Granma o percentual está entre 40% e 60%.

A situação mais crítica é registrada em Santiago de Cuba e Guantánamo, onde o gráfico compartilhado pelo portal de notícias não especifica o nível de recuperação.

Horas depois do início da operação do bloco de geração nº 3 da Central Termoelétrica Antonio Maceo, também conhecida como Rente, em Santiago de Cuba, ocorreu uma falha que resultou no colapso do sistema, e, como consequência, houve a interrupção de um microsistema que conectava as províncias de Santiago de Cuba e Guantánamo, deixando-as sem fornecimento de energia elétrica.

No último domingo, após uma nova desconexão do SEN, a União Elétrica anunciou uma estratégia temporária para a recuperação do serviço, dividindo o fornecimento de energia em vários sistemas independentes por regiões.

Esta medida tinha como objetivo garantir a estabilidade do restante do sistema diante de possíveis falhas futuras, segundo informou o jornalista Lázaro Manuel Alonso no Facebook na manhã desta segunda-feira, citando a entidade estatal.

Captura do Facebook / Lázaro Manuel Alonso

Ao amanhecer desta terça-feira, o Ministério de Energia e Minas informou que, no relatório da UNE às 6:00 da manhã (horário local), 70,89% dos clientes em Cuba já tinham acesso ao serviço elétrico.

O organismo indicou na rede social X que hoje continuaria "o fortalecimento dos sistemas existentes e a ampliação da cobertura elétrica no país".

O jornal oficial Granma apresentou nesta terça-feira a recuperação do sistema como um feito e apontou que, após o colapso do SEN, "existiam avarias na CTE Antonio Maceo, em Santiago de Cuba, com perspectivas de recolocação hoje (terça-feira)".

Além disso, mencionou que foram realizados "manutenção em uma unidade da CTE Carlos Manuel de Céspedes, em Cienfuegos, e em uma máquina de Santa Cruz del Norte, cujo processo se estenderá por cerca de seis meses".

O portal de notícias destacou que, por outro lado, a Energas informou sobre a quebra de um equipamento em Varadero, embora tenha antecipado que planeja retornar no próximo dia 23, com 45 MW.

No entanto, também admitiu que em breve haverá a necessidade de realizar uma manutenção leve nas termelétricas Antonio Guiteras, de Matanzas, e na Lidio Ramón Pérez, de Felton.

Por último, o porta-voz do governo citou Susana Aulet, especialista aposentada do Escritório Nacional de Carga da UNE, que explicou que o restabelecimento das quedas totais dos sistemas elétricos leva muitos dias porque, para gerar eletricidade, é necessário ter eletricidade.

Enfatizou que, no caso de Cuba, devido à ausência de vizinhos nas fronteiras que possam fornecer eletricidade, é necessário começar a partir dos pequenos microssistemas que vão se sincronizando entre si através das redes, para lhes dar a robustez necessária.

"Um microsistema isolado é muito vulnerável, e qualquer evento, por menor que seja – aumento da demanda, curto-circuito na rede, etc. – pode levá-lo ao colapso, e então é preciso recomeçar tudo do zero", disse.

No entanto, o que a especialista esqueceu de mencionar é que, durante décadas, a infraestrutura elétrica de Cuba tem operado sem receber a manutenção adequada e sem modernizações significativas.

Embora o governo insista em apontar fatores externos, como o embargo dos Estados Unidos, a realidade é que os problemas advêm de decisões internas mal sucedidas e de um planejamento inadequado.

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