Um percurso surpresa por instalações estatais de Guantánamo revelou sérios falhas na custódia e proteção, expondo uma preocupante desordem organizacional em meio à crise energética.
Segundo o jornal oficialista Venceremos, durante a inspeção liderada por Yoel Pérez García, primeiro secretário do Partido na província, e Omar Estrada Soto, coordenador de objetivos do Governo provincial, foram encontrados vigilantes ausentes, dormindo ou mal posicionados em armazéns-chave, como os de Materiais de Construção.
Na UEB Frutas Selectas Guantánamo, o único segurança presente na instalação foi encontrado profundamente adormecido, expondo a vulnerabilidade dessa importante infraestrutura.
No entanto, as deficiências não se restringem à vigilância. Na Empresa de Produtos Lácteos, várias posições estavam desocupadas enquanto o cargo de direção permanecia vago.
No Lar de Idosos Caridad Jaca, ficou evidente a alarmante desproteção de seus residentes, a ponto de exigir um reforço na equipe de vigilância e a implementação de um posto de comando, medidas que refletem o descuido na atenção aos setores mais vulneráveis.
“Nos armazéns 655 da Mayorista, os seguranças estavam mal posicionados, concentrando-se em três áreas próximas à entrada e duas na frente de um galpão, quase dormindo esses últimos, enquanto as instalações-chave ficavam desprotegidas”, indicou Venceremos.
Enquanto alguns setores, como a Empresa de Bebidas e Refrescos, apresentaram um desempenho satisfatório, a maioria das instalações inspecionadas revelou uma alarmante falta de organização, agravada pelas constantes crises energéticas.
Em um contexto onde o desvio de recursos e as ilegalidades continuam a ser um problema recorrente, essas falhas na proteção não apenas expõem as instalações, mas também evidenciam a incapacidade do sistema de responder de maneira eficiente às exigências do momento.
No entanto, o governo de Guantánamo parece ignorar o outro lado da moeda: o alto nível de desproteção e abandono que os vigilantes enfrentam nas instalações estatais, trabalhando sem o equipamento adequado e lidando com um aumento da violência, incluindo roubos à mão armada.
Uma mulher que trabalha como vigilante do Hospital Infantil Norte Juan de la Cruz Martínez Maceira, conhecido como “La Ondi”, em Santiago de Cuba, foi assaltada e ferida por dois jovens, segundo uma denúncia divulgada neste domingo.
Em um relatório preliminar no Facebook, o comunicador Yosmany Mayeta denunciou, além disso, que a polícia não compareceu ao local para investigar o ocorrido, mas enviou a trabalhadora agredida para fazer a declaração na unidade.
No fim de novembro, também foram relatados roubos a pacientes e acompanhantes do Hospital Infantil Sur Dr. Antonio María Béguez César, na própria Santiago de Cuba.
O assalto e a agressão a uma agente de segurança ocorreram apenas algumas semanas após os assassinatos de outros dois agentes que realizavam vigilância em seus postos de trabalho: o mercado agropecuário estatal El Santiaguero e o restaurante Café Continental; e do ataque a um terceiro no restaurante El Acuario, que sobreviveu à agressão.
Perguntas frequentes sobre a desordem em Guantánamo e a crise energética em Cuba.
O que a inspeção surpresa em Guantánamo revelou sobre a segurança nas instalações estatais?
A inspeção surpresa em Guantánamo revelou falhas graves na segurança e proteção de várias instalações estatais. Foram encontrados vigilantes ausentes ou dormindo em armazéns-chave, refletindo uma preocupante desorganização no meio da crise energética que a região enfrenta.
Como a crise energética está afetando a segurança e o funcionamento das infraestruturas em Cuba?
A crise energética está exacerbando os problemas de segurança e funcionamento das infraestruturas em Cuba. Os apagões constantes enfraquecem a vigilância em instalações estatais, aumentando a vulnerabilidade a roubos e atos delituosos, enquanto a falta de eletricidade afeta serviços básicos como água potável e conservação de alimentos.
Quais medidas estão sendo tomadas para enfrentar a desorganização em Guantánamo?
Após a inspeção, foi proposto reforçar a segurança com medidas como o aumento do pessoal de vigilância e a implementação de postos de comando. No entanto, a falta de investimento e recursos continua sendo um grande obstáculo para resolver de maneira eficaz a desorganização em Guantánamo.
Como as autoridades estão reagindo à crescente insegurança e aos roubos em Cuba?
Apesar da gravidade da situação, as autoridades cubanas estão demonstrando uma resposta insuficiente diante do aumento da insegurança e dos roubos. Casos como o ataque a uma cuidadora em Santiago de Cuba e os furtos em instalações estatais evidenciam a falta de ação eficaz para proteger os trabalhadores e a população.
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