Um grupo de quinze organizações não governamentais (ONG), tanto cubanas quanto internacionais, lançou um alerta sobre a crise humanitária em Cuba, que segundo afirmam, foi dramaticamente agravada após o recente colapso do sistema energético na ilha.
Em um comunicado divulgado em suas plataformas, as organizações descrevem um cenário alarmante que afeta de maneira profunda a vida cotidiana dos cubanos e pedem uma intervenção urgente para evitar que a situação piore.
Em um documento conjunto, as ONGs destacam que a recente crise energética não é um fato isolado, mas uma “consequência direta do deterioramento estrutural que afeta a nação cubana em múltiplos níveis”.
O impacto das interrupções prolongadas de energia e a falta de combustíveis, apontam, está afetando gravemente a qualidade de vida da população.
“A escassez de eletricidade está agravando os problemas já existentes, como a falta de acesso a alimentos, medicamentos e outros produtos de primeira necessidade, o que deixa a população em uma situação de total vulnerabilidade”, afirmam as organizações.
O comunicado também destaca as consequências diretas nos serviços essenciais, como o setor de saúde.
“Os hospitais e centros de saúde estão enfrentando cortes de eletricidade que, em muitos casos, os deixam inoperantes por horas ou até dias. Isso põe em perigo a vida daqueles que dependem de atendimento médico contínuo, especialmente em casos de emergência ou pacientes crônicos”, afirmam as ONG.
Acrescentam que "esta situação piorou as já precárias condições de vida dos cubanos, que agora devem enfrentar uma maior insegurança no acesso a serviços básicos".
Os signatários da denúncia alertam que o governo cubano não tomou medidas adequadas nem efetivas para mitigar o impacto desta crise na população.
Em sua mensagem, as ONG denunciam que as respostas do governo têm sido "insuficientes e chegaram tarde", e criticam que não estão sendo tomadas medidas concretas para aliviar o sofrimento dos cidadãos.
“A incapacidade do regime para enfrentar esta crise de maneira eficiente aprofundou ainda mais a desesperação da população, que se sente abandonada e sem respostas por parte das autoridades”, ressaltam.
Entre os problemas derivados do colapso energético, destaca-se a inflação galopante e a falta de acesso a produtos básicos, que levaram a população a um estado de “desespero sem precedentes”.
A denúncia também enfatiza que as restrições à liberdade de expressão e a falta de acesso a informações verdadeiras agravam a crise, já que os cubanos se veem "despojados do direito de conhecer a verdadeira magnitude da situação" e não conseguem se organizar para encontrar soluções coletivas.
As ONGs signatárias fazem um apelo urgente à comunidade internacional para que preste atenção à grave situação em Cuba.
"É fundamental que a comunidade internacional se mobilize e atue com urgência para aliviar o sofrimento da população cubana. Os cidadãos estão enfrentando uma crise humanitária de proporções inéditas, e é necessário um esforço concertado para garantir o acesso a alimentos, medicamentos e outros bens essenciais", instam as organizações.
Além disso, solicitam que os esforços internacionais sejam realizados por meio de “mecanismos de cooperação humanitária que não sejam interferidos por questões políticas”.
Finalmente, as organizações reiteram seu apelo às autoridades cubanas para que adotem medidas imediatas para enfrentar a crise.
“Exortamos o governo cubano a garantir o acesso aos recursos básicos que a população necessita para sobreviver, e a deixar de lado as políticas repressivas que impedem que a sociedade civil cubana possa se organizar e responder de maneira eficaz a esta catástrofe”, conclui o comunicado.
Os signatários alertam que, se não forem tomadas ações urgentes, a crise em Cuba pode "atingir níveis catastróficos, com consequências irreversíveis para os setores mais vulneráveis da sociedade, como os idosos, os doentes crônicos e as crianças".
O chamado das ONGs sublinha a urgência de atender à crise cubana, que consideram ter sido “agravada pela falta de respostas adequadas e pela inação do governo”.
Organizações signatárias:
Cuba Decide.
Defensores de Prisioneiros Cubanos.
Unión Patriótica de Cuba (UNPACU).
Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH).
Centro de Informação Legal Cubalex.
Instituto Patmos.
Fundação para os Direitos Humanos em Cuba (FDHC).
Movimiento San Isidro (MSI).
Conselho para a Transição Democrática em Cuba (CTDC).
Red Femenina de Cuba.
Movimento Cristão Libertação.
Plataforma Otro18.
Cuba em Plural Fundação Nacional Cubano Americana (FNCA).
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