Polícia prende mulher em Santiago de Cuba após reclamar eletricidade, água e comida.

A prisão ocorreu em um parque central do município de Contramaestre, onde estava a mulher.


Uma mulher foi detida pela polícia em Contramaestre, Santiago de Cuba, depois de sair às ruas para reclamar pela falta de eletricidade, comida e água.

A detenção ocorreu no centro do povoado santiaguero, e diante do olhar passivo de várias pessoas que não fizeram nada para ajudar a mulher.

"Abuso por parte da polícia a mulher por reclamar seus direitos. Aconteceu há aproximadamente meia hora em Contramaestre, Santiago de Cuba", foi a mensagem enviada à redação de CiberCuba por parte de um usuário. Depois, no grupo do Facebook “Revolico Contramaestre”, o clipe foi compartilhado.

No vídeo é possível ver como a polícia usa a força para que a mulher suba na viatura, enquanto ela grita “Patria e Vida”, “Água, Comida”.

Em meio à crise energética do país, agravada pela passagem da tempestade tropical Oscar, o governo cubano se justificou pela escassez de combustível, no entanto, as forças repressoras, desde os patrulheiros até os veículos da Segurança do Estado, não deixaram de funcionar na ilha, com o objetivo de reprimir qualquer manifestação de inconformidade.

O próprio governante Miguel Díaz-Canel deu luz verde para reprimir os protestos que surgirem e isso foi expresso nos meios de divulgação do regime.

Há alguns dias, o ditador cubano ameaçou reprimir protestos cidadãos que possam surgir devido ao colapso do sistema elétrico nacional, que mergulhou a população cubana em um caos sem precedentes.

“Há toda a disposição e toda a capacidade e todo o despliegue e envergadura dos sistemas que temos organizados desde os conselhos de defesa, desde as organizações, do partido, do governo, das administrações para dar a resposta à população a qualquer inquietação, sempre que seja feito de maneira civilizada, de maneira organizada e de maneira disciplinada,” apontou o governante.

“Mas não vamos aceitar nem permitir que ninguém aja provocando atos vândalos e muito menos alterando a tranquilidade cidadã de nosso povo, e essa é uma convicção e esse é um princípio de nossa revolução”, acrescentou.

As palavras de Díaz-Canel foram entendidas como o que eram: ameaças, e centenas de pessoas lembraram, nas redes sociais, da repressão desencadeada pelo regime após os protestos de 11 de julho de 2021.

Incluso, o mandatário qualificou aqueles que levantaram a voz e reclamaram o fim da crise que vive a ilha como bêbados e indecentes.

"Lo único que contrasta con esta determinación de unidad de nuestro pueblo, con estos afanes de -entre todos- superar las adversidades, son algunas personas, un mínimo de personas, la mayoría en estado de embriaguez, que se han comportado de manera… eeeh… indecente”, disse o governante.

Longe de alcançar seus objetivos, as declarações do mandatário apenas intensificaram o descontentamento da população, que cada vez percebe com mais clareza a incompetência do governo e seu constante recurso a ameaças e repressão para se agarrar ao poder de maneira ilegítima.

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