As inundações ocorridas no município guantanamero de San Antonio del Sur durante a passagem do furacão Oscar deixaram imagens estarrecedoras.
"San Antonio del Sur dói", escreveu no Facebook no início desta terça-feira o jornalista Miguel Reyes, que documentou em vídeos e fotos a magnitude das inundações naquela localidade guantanamera.
"A passagem pela zona de Los Naranjos está dificultada e impede o trânsito de carros leves, devido a um deslizamento de terra. Muitas quedas de árvores e postes, além de cheias do rio, obstruem o acesso a outras vias", descreveu.
A fonte acrescentou que o hospital de San Antonio teve danos na infraestrutura e perdas de insumos.
Detallou, além disso, que "o bairro da cultura" foi totalmente destruído, e que muitas plantações de banana e raízes estão devastadas.
No que diz respeito às habitações, muitas foram destruídas totalmente e outras têm danos parciais.
Em alguns casos, embora as residências não tenham sofrido danos estruturais, os moradores perderam muitos de seus eletrodomésticos e pertences devido às inundações.
"Muitos sanantonenses se salvaram ao acessar suas placas ou se resguardarem em andares altos; outros foram surpreendidos pela cheia do rio. San Antonio vive uma tristeza enorme. Várias pessoas foram vítimas diretas dos ataques de Oscar ao passar por essa zona", concluiu.
O furacão Oscar, que atingiu o solo cubano no dia 20 de outubro, deixou uma esteira de destruição no leste de Cuba, sendo a província de Guantánamo a mais afetada.
Com um saldo preliminar de seis falecidos, a situação continua crítica, especialmente nos municípios de San Antonio del Sur e Imías, que sofreram inundações sem precedentes.
As autoridades alertam que esse número pode aumentar devido às difíceis condições nas áreas mais afetadas.
Os falecidos, todos residentes em San Antonio del Sur, foram identificados como Francisco Colombia Matos (92 anos); Esmeraldo Noa Fiffe (82); Antolino Areas Domínguez (84); Alexander Saben Matos (42); Irianni Labañino Domínguez (31 anos) e o menino de apenas cinco anos.
Embora o apagão massivo que desde o meio-dia da última sexta-feira manteve o país às escuras e dificultou que os cubanos pudessem se informar sobre a chegada do fenômeno meteorológico, o governo cubano argumenta que foram realizadas evacuações.
No total, mais de 15.000 pessoas foram evacuadas: 9.000 em Imías e 6.000 em San Antonio del Sur.
As imagens de desolação nessas localidades em particular são impactantes, com lares inundados, alimentos perdidos e muitas famílias lutando para recuperar o pouco que sobrou seco.
Miguel Díaz-Canel Bermúdez destacou em uma reunião de emergência que, embora inicialmente Oscar parecesse "um ciclone pequeno", sua força e velocidade o tornaram um fenômeno devastador para a região oriental do país.
Membros das Forças Armadas Revolucionárias (FAR) e do Ministério do Interior (MININT) participam das primeiras operações de resgate, particularmente nas áreas mais afetadas pelas águas, que chegaram a atingir um metro de altura.
As labores de recuperação já estão em andamento, mas o desafio é enorme em um país que atravessa uma profunda crise econômica e em todos os âmbitos.
A passagem do furacão Oscar por Guantánamo deixou um saldo de destruição e morte que marcará a província por um longo tempo. Embora o ciclone já esteja se afastando de Cuba, o trabalho de recuperação apenas começa.
Com milhares de pessoas ainda evacuadas e grandes áreas da província sem acesso, o desafio para as autoridades e o povo guantanamero será monumental.
"Toda Cuba em função de Guantánamo", sentenciou recentemente Miguel Díaz-Canel.
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