O mandatário cubano Miguel Díaz-Canel Bermúdez cancelou sua viagem à Rússia. Não participará da Cúpula dos BRICS que ocorre a partir desta terça-feira em Kazan.
"Após receber e aceitar o convite para participar da Cúpula de Chefes de Estado dos BRICS, decidi permanecer no país para continuar enfrentando, junto ao nosso povo, a situação de emergência eletroenergética, agravada pelo impacto de Oscar (furacão)", disse Díaz-Canel em suas redes sociais.
Indicou que irá participar como chefe da delegação cubana o chanceler Bruno Rodríguez Parrilla, que será seu representante em "importantes reuniões bilaterais que já estavam agendadas".
Díaz-Canel agradeceu o convite do Presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, para este evento. Não pode sair do território cubano porque a crise energética está em um ponto extremamente delicado, e as manifestações contra o governo já ocorreram em várias cidades do país.
Os apagões gerais em Cuba deixaram milhões de pessoas sem serviços básicos como eletricidade, água e alimentos. Nesse contexto, o Oriente cubano recebeu um furacão, sem estar preparados, sem evacuação e sem ter comida ou combustível para enfrentar o desastre natural.
A situação se agravou com as fortes chuvas que deixaram inundações sem precedentes na região e já causaram a morte de pelo menos seis pessoas.
Algumas zonas rurais permanecem incomunicadas e sem serviço elétrico. Muitas pessoas nas redes sociais estimam que o número de mortos após a passagem do Furacão Oscar pode ser maior do que os números informados pelo governo.
As equipes de resgate estão trabalhando nas áreas afetadas, mas o fluxo de informações oficiais é muito escasso.
O bloco BRICS, formado em 2006 por Brasil, Rússia, Índia e China, e ampliado em 2010 com a incorporação da África do Sul, aprovou em sua décima quinta cúpula (2023 em Joanesburgo), a inclusão de seis novos países: Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Arábia Saudita e Argentina.
No entanto, em dezembro de 2023, o presidente argentino, Javier Milei, anunciou formalmente que seu país não se unirá ao grupo, rejeitando o convite para integrar esta aliança de economias emergentes.
Em junho, Rodríguez Parrilla afirmou que Cuba está em condições de "compartilhar com os BRICS suas modestas experiências e resultados nos campos da indústria médica, farmacêutica e biofarmacêutica, da saúde, da educação, da ciência, entre outros setores para o benefício de nossos povos".
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