Ameaçam estudantes da Universidade Marta Abreu de Villa Clara após protestarem por falta de eletricidade e água.

Agentes da Segurança do Estado e autoridades da UCLV, em Santa Clara, intimidaram os estudantes para que não publiquem nas redes sociais a falta de água e eletricidade que sofrem há dias. Os jovens protestaram com um cacerolazo e lançaram um pedido de ajuda.

Alumnos becados de la UCLV no tienen agua ni luz desde hace días © Facebook/Observatorio de Libertad Académica
Alunos bolsistas da UCLV estão sem água e luz há dias.Foto © Facebook/Observatório de Liberdade Acadêmica

Estudantes bolsistas da Universidade Central “Marta Abreu” de Las Villas (UCLV), em Santa Clara, estão há dias sem eletricidade nem água potável e foram ameaçados por agentes da Segurança do Estado e autoridades da instituição acadêmica após protestarem pela situação insustentável.

O fato foi denunciado nesta terça-feira pelo Observatório de Liberdade Acadêmica (OLA) no Facebook, com fotos de dezenas de jovens com baldes tentando conseguir um pouco de água e capturas de uma mensagem enviada por um estudante revelando o problema e as ameaças que receberam se tornarem pública nas redes sociais a falta de água e energia elétrica que sofrem há dias.

Captura do Facebook/Observatório de Liberdade Acadêmica

O texto que fizeram chegar à OLA pede ajuda com urgência para visibilizar na internet a falta de água e luz na residência estudantil da UCLV, há dias, o que levou os alunos a protestar com um cacerolazo no final de semana.

Captura do Facebook/Observatório de Liberdade Acadêmica

“Solicito ajuda para que se visualize a situação dos estudantes da UCLV”, escreveu um dos jovens, que pediu anonimato devido ao medo de represálias. “Não temos eletricidade desde as 16h e está previsto que dure até a 1h da manhã.”

A pessoa que transmitiu o pedido de ajuda revelou que “há três dias houve um panelaço que terminou com um agente da Segurança do Estado abrindo uma porta a pontapés”.

Encima disso, a direção da universidade comunicou-lhes que “não havia combustível para trazer caminhões-tanque e as reservas de água se esgotaram”.

Captura de Facebook/Observatório de Liberdade Acadêmica

O texto expressa a preocupação entre os estagiários porque "só resta um pouco (de água) nas geladeiras do refeitório" e eles "desceram com baldes para buscá-la para poder tomar banho".

A missiva indica que o circuito onde está a universidade sempre foi protegido, mas reconhece que, "aparentemente, a situação energética está crítica".

Ele ou ela, o estudante, suplicou que sua mensagem fosse compartilhada, “para que não fique em silêncio esta tortura que significa estudar em ditadura”, e concluiu solicitando que se proteja sua identidade porque poderia ser expulso da carreira. “Nos ameaçaram dizendo que não podemos publicar”, afirmou.

Em seu texto de denúncia na rede, o Observatório de Liberdade Acadêmica responsabilizou o reitor da UCLV, Luis A. Barranco Olivera, e seu conselho de direção pelo “que ocorrer com os estudantes daqui em diante”, ao mesmo tempo em que denunciou a violação da autonomia universitária diante da intromissão e intimidação da polícia política contra os universitários indefesos.

As autoridades da UCLV não se pronunciaram até o momento sobre esses fatos, no entanto, nas últimas horas compartilharam em suas redes oficiais uma série de publicações que procuram oferecer uma imagem de aparente tranquilidade no centro universitário e que as atividades acadêmicas e extracurriculares ocorrem com normalidade.

Captura do Facebook/Universidad Central “Marta Abreu” de Las Villas - UCLV

O que você acha?

COMENTAR

Arquivado em:


Você tem algo a reportar? Escreva para a CiberCuba:

editores@cibercuba.com +1 786 3965 689