Cubanos inventam antenas para captar o sinal de internet: “Nem Mark Zuckerberg sabe o que é isso!”

Um vídeo compartilhado por um usuário do Instagram mostrou as antenas que proliferavam nos telhados de um vilarejo cubano onde não chega o sinal de internet móvel.


“A necessidade é a mãe da nossa invenção”, disse o filósofo Platão na República, e em Cuba são tantas as necessidades que o cubano “se passa inventando”.

Uma das últimas criações dos engenhosos da Ilha são as antenas para captar o sinal de internet, fabricadas com materiais reciclados e conectadas a um dispositivo onde os usuários colocam seus terminais para se conectar à rede de dados móveis.

Um vídeo compartilhado pelo usuário do Instagram identificado como Yoslin mostrou as antenas que proliferavam nos telhados de um casebre cubano onde não chega o sinal da internet móvel.

Sem precisar a localização do lugar, o usuário entrou em uma das casas que tinham as referidas antenas e mostrou seu funcionamento, que consiste em colocar o celular em uma carcaça artesanal conectada à antena, de forma que o telefone móvel recebe o sinal de internet.

“Quase todo mundo tem uma antena. É porque aqui não há boa cobertura, não há sinal… E vejam esse invento: esse equipamento ali permite que você se conecte! Vejam o cabo, que desce até o telefone. Isso é o máximo, nem o Mark Zuckerberg sabe o que é isso!”, disse o usuário em sua gravação.

No final de julho, um cubano revelou nas redes sociais que cidadãos residentes em povoados rurais da província de Holguín utilizavam um "invento" a partir de uma tampa de panela de pressão que fazia as vezes de antena, e que servia para melhorar a conectividade à internet.

O internauta relatou que ao chegar ao povoado de Bariay, no município holguinero Rafael Freyre, via muitas casas que na parte externa tinham algo parecido com uma antena de televisão, “mas estranha”.

Ao indagar, disseram-lhe que se tratava de um invento que potenciava o alcance da cobertura. “A antena é composta por uma tampa de panela de pressão com um aro de alumínio ao qual se conecta um cabo (parece coaxial) que vai até uma curiosa caixinha de madeira. Nessa caixinha, coloca-se o celular e se potencia o alcance da cobertura”, explicou.

No final de maio, o monopólio das comunicações em Cuba, ETECSA, afirmou que seu serviço de internet é o mais barato de todo o Caribe.

De acordo com Lidia Esther Hidalgo Rodríguez, vice-presidente comercial da empresa estatal, era possível patentear esse fato levando em consideração os parâmetros da taxa de câmbio informal: "Um giga de dados móveis equivale a 0,17 dólares", declarou ao jornal oficial Granma.

A referida "menor correlação em todo o Caribe" é irrisória e polêmica, levando em consideração que 88% dos cubanos vive abaixo do limiar da pobreza e o salário mínimo do país é de 2.100 CUP por mês, cerca de seis dólares aproximadamente (segundo a taxa de câmbio informal), abaixo dos índices de pobreza extrema (entendida pelo Banco Mundial: 2,15 dólares em renda total diária).

Sendo a única empresa de telecomunicações no país, a ETECSA conta com 7,8 milhões de usuários móveis, dos quais 7,3 milhões estão habilitados para usar internet móvel. No entanto, menos de oito por cento dos lares cubanos têm acesso à internet. Em relação à telefonia móvel, o acesso é de 71,2% da população.

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