Denunciam espancamento a cubana em Camagüey: “A polícia encerrou o caso”

Ante o fechamento do caso pela polícia, a denunciante apontou que essa falta de proteção é a razão pela qual tantas mulheres perdem a vida a cada ano em Cuba.

Denuncia de violencia contra la mujer en Camagüey © Collage Facebook / Marisol Peña Cobas
Denúncia de violência contra a mulher em CamagüeyFoto © Colagem Facebook / Marisol Peña Cobas

Uma grave denúncia sobre violência de gênero foi publicada nas redes sociais por Marisol Peña Cobas, que revelou que sua sobrinha foi espancada em Camagüey.

De acordo com o relato, publicado nesta terça-feira no Facebook, o agressor, que identificou como a ex-parceira de sua sobrinha, deixou a jovem com ferimentos, enquanto a polícia, em vez de agir, decidiu encerrar o caso sem tomar nenhuma medida contra o atacante.

Captura do Facebook / Marisol Peña Cobas

“Assim de golpeada deixou o agressor de mulheres a minha sobrinha”, escreveu Peña Cobas, apontando que o chefe da primeira unidade de Camagüey expulsou sua sobrinha, seu filho e sua irmã da estação policial, onde estavam refugiados, informando-lhes que o caso havia sido encerrado.

Peña expressou sua indignação não apenas pela inação policial, mas também ao apontar que o regime cubano é cúmplice da falta de proteção em casos de feminicídio que ocorrem no país, argumentando que essa falta de resposta é a razão pela qual tantas mulheres são assassinadas por seus parceiros.

Em uma publicação anterior, Peña compartilhou um vídeo onde a sobrinha explicou que o agressor de sua sobrinha foi capturado; no entanto, denunciou que a polícia apenas impôs uma multa de 500 pesos e uma ordem de afastamento, a qual ela se viu obrigada a assinar.

Enfatizou que não estava de acordo com essa medida, pois não se sentia protegida do agressor, que só iria preso se desse facadas a algum membro de sua família.

Além disso, denunciou que a polícia, incapaz de proteger a jovem em sua casa, decidiu manter ela e seu filho na unidade da PNR como medida de segurança, onde viveram em condições subumanas antes de serem expulsos depois de fechar o caso: "Não foram buscar o agressor".

Em outro vídeo, Peña explicou que a ex-parceira de sua sobrinha agrediu sua sobrinha com uma arma branca e compartilhou toda a inação do regime na captura do agressor.

Este incidente expõe a preocupante situação da violência de gênero em Cuba e a ausência de medidas efetivas por parte das autoridades diante desses casos.

Em agosto último, as plataformas feministas elevaram para 34 o número de feminicídios no que vai do ano ao verificar como tais a morte de Saimy Hernández, na província de Mayabeque; e de Linda Nay Flores Vargas, cujo cadáver foi descoberto em um aterro de Havana.

Saimy Hernández, de cerca de 40 anos e mãe de vários filhos, morreu nas mãos de seu parceiro no dia 13 de agosto em um espaço público da localidade de Güines, em Mayabeque.

No caso de Linda Nay Flores Vargas, de 34 anos de idade, seu corpo foi descoberto em um aterro de Havana no dia 12 de julho passado.

No entanto, o número ainda aumentará, pois há apenas alguns dias a jovem cubana Arianni Céspedes (7 de janeiro de 1989) foi assassinada em sua casa no bairro Alejo, no povoado de Aguacate, município de Palma Soriano, em Santiago de Cuba.

Fontes próximas à vítima asseguraram à CiberCuba que ela foi esfaqueada em sua casa pelo ex-parceiro.

Recentemente, a Federação de Mulheres Cubanas (FMC) teve que reconhecer que cerca de 10.000 famílias e mais de 16.000 mulheres e meninas estão vivendo em situação de violência no país.

Em declarações ao diário oficial Granma, Teresa Amarelle Boué, secretária geral da FMC, fez esta afirmação ao identificar 9.579 famílias sob esse panorama e mencionou que buscam fortalecer os mecanismos de atendimento e detecção de casos.

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