A Federação de Mulheres Cubanas (FMC) reconheceu que cerca de 10.000 famílias e mais de 16.000 mulheres e meninas estão vivendo em situação de violência no país.
Em declarações ao jornal oficial Granma, Teresa Amarelle Boué, secretária-geral da FMC, fez essa afirmação ao identificar 9.579 famílias nesse panorama e mencionou que buscam fortalecer os mecanismos de atendimento e detecção de casos.
De acordo com Boué, trabalham com a Procuradoria Geral para implementar um "registro administrativo interoperável" que permitirá o acompanhamento, monitoramento e informações em tempo real sobre a violência machista.
Há uma semana, em uma entrevista com Dania Rodríguez e Omaida Hernández, responsáveis pelas relações internacionais da organização, ambas admitiram que há um aumento da violência de gênero em Cuba e que falta sensibilização sobre o tema.
"Este ano e, sobretudo, a partir da pandemia, houve um crescimento da violência de gênero e dos feminicídios", disseram à RojoyNegro Cgt, porta-voz da Confederação Geral do Trabalho (CGT) espanhola.
"A primeira medida que se pode tomar contra as pessoas maltratadoras é que se as priva de liberdade por até 30 anos e até com prisão perpétua se forem reincidentes", sublinharam.
No início de agosto, o regime informou que 110 mulheres foram assassinadas por seus parceiros ou ex-parceiros em 2023, segundo dados do Observatório de Cuba sobre Igualdade de Gênero.
Esta cifra corresponde aos casos julgados no ano passado e exclui vítimas menores de 15 anos, enquanto, segundo a agência EFE, o índice de feminicídios em Cuba é o sexto mais alto da América Latina e do Caribe, com base nos registros de assassinatos machistas da CEPAL em 2022.
Vale recordar que, embora tenha sido aprovada a Estratégia Integral de Prevenção e Atenção à Violência de Gênero, ainda não existe uma lei integral de prevenção em Cuba.
Por demais, apesar do aumento nos casos de violência, a FMC continua focada na prevenção e no empoderamento das mulheres sob o lema "Tolerância Zero", lembrou o site digital Cubanet.
Meios independentes confirmaram no último sábado a descoberta do corpo da jovem de 20 anos Lianet Núñez Pérez, residente do bairro de Jesús María em Havana Velha, que havia sido relatada como desaparecida desde a sexta-feira.
Lianet, vista pela última vez na noite de quinta-feira, 22 de agosto, foi encontrada morta com sinais de estrangulamento, um ato supostamente cometido por seu namorado, informou a repórter independente Irma Broek no Facebook.
O que você acha?
COMENTARArquivado em: