Madrid reclama maior agilidade na homologação de títulos de médicos cubanos na Espanha.

A conselheira de Saúde da Comunidade de Madrid, Fátima Matute, considera que os médicos cubanos têm uma “formação excelente, experiência e trabalho podem fazê-lo ao nosso lado”.

Reunión de representantes de la Asociación de Médicos Cubanos en España con consejera de salud de la Comunidad de Madrid © X/Comunidad de Madrid
Reunião de representantes da Associação de Médicos Cubanos na Espanha com a conselheira de saúde da Comunidade de Madrid.Foto © X/Comunidad de Madrid

A conselheira de Saúde da Comunidade de Madrid, Fátima Matute, pediu aos ministérios da Educação e da Saúde da Espanha uma “maior celeridade” na homologação de títulos para médicos cubanos.

Durante uma reunião com representantes da Associação de Médicos Cubanos na Espanha, a conselheira destacou que os médicos formados na ilha já estão há vários anos lutando pela homologação de seus títulos universitários que, denunciam, está com um grande atraso, de acordo com um relatório do jornal espanhol ConSalud.

"Temos uma grave falta de profissionais, e uma solução a curto prazo, como a que estamos implementando na Comunidade de Madrid, seria que esse título fosse homologado e que pudessem trabalhar e enriquecer nosso sistema", declarou Matute ao concluir o encontro.

Em sua opinião, é necessário o compromisso de ajudar os profissionais de saúde cubanos que residem na Espanha para que sua “excelente formação, experiência e trabalho possam fazê-lo ao nosso lado”. Além disso, lembrou que “eles nos demonstraram sua vocação durante a pandemia e, assim como arriscaram suas vidas para nos salvar, nós não vamos esmorecer nessa obrigação que temos”.

A parte cubana, por sua vez, denunciou uma série de irregularidades que acrescentaram mais demora ao processo.

“Nos últimos dias de agosto, primeiros dias de setembro, deixaram de sair expedientes provenientes de universidades cubanas. Pouco a pouco fomos descobrindo que o motivo era, aparentemente, que os selos dos documentos eram falsos. Os documentos chegavam a escritórios de advogados espanhóis, e estes os entregavam a agências tramitadoras, que em vez de seguir o processo, o que faziam era colocar selos falsos”, explicou em maio passado Julio Antonio Roque González, coordenador do Movimento de Homologações Cubanas.

O coordenador afirmou que “se essa é realmente a razão do atraso, não pode levar tanto tempo para descobrir. Deve haver algo que nos escapa, e quando tudo o que é lógico nos escapa, você começa a pensar no ilógico, como em teorias da conspiração. Portanto, a razão pela qual isso está acontecendo pode ser qualquer uma.”

Uma oportunidade que apresentam os titulados na ilha é que “todas as universidades cubanas são públicas e a formação é homogênea, então tudo teria que ser muito mais automático e fácil a homologação", acrescentou Roque González, pelo que o processo devería demorar menos do que em outros casos.

O acordo alcançado entre a agência de acreditação espanhola (ANECA) e a cubana (JAN) explica isso dessa maneira. “Homologar um cubano é muito mais fácil, só nos falta a parte de verificar que, de fato, nos formamos em uma faculdade de Medicina que já estava homologada aqui”, aponta o coordenador.

Matute também vê dessa maneira. “Todas as universidades cubanas são públicas e a formação é homogênea, então tudo deveria ser muito mais automático e fácil a homologação. A Comunidade de Madrid estará ao seu lado sempre, e estamos ansiosos para que trabalhem ao nosso lado. Vamos lutar por esses médicos, enfermeiros e todos os que nos precisarem”, destacou em um processo para o qual se ofereceu como interlocutora com o órgão colegiado para avaliar a possibilidade de emitir um certificado de antecedentes criminais ou uma declaração responsável, que é indispensável para exercer a profissão na Espanha.

Diversas têm sido as manifestações dos médicos para conseguir celeridade em seus processos de homologação. Em abril passado, tanto cubanos como de outras nacionalidades se reuniram em frente ao Congresso dos Deputados em Madrid em protesto pelos atrasos.

Segundo vários participantes, alguns processos de homologação chegaram a levar até 7 anos, durante os quais os profissionais são obrigados a trabalhar em empregos não relacionados à sua formação, o que é especialmente alarmante dado a escassez de pessoal médico na Espanha que afeta quase 500 mil pacientes.

O que você acha?

COMENTAR

Arquivado em:


Você tem algo a relatar? Escreva para CiberCuba:

editores@cibercuba.com +1 786 3965 689