Cubana se recupera após extração de meia libra de tecido de seu rosto.

A paciente, Ariannis Fuentes Robles, evolui favoravelmente após ser operada pela cirurgiã maxilofacial Arelis Rabelo, no hospital Juan Paz Camejo, em Sagua de Tánamo, em Holguín.

Yeletnys Robles Reve / Facebokk © La cirujana maxilofacial Arelis Rabelo practicó la intervención.
Yeletnys Robles Reve / FacebokkFoto © A cirurgiã maxilofacial Arelis Rabelo realizou a intervenção.

A cubana Ariannis Fuentes Robles foi submetida a uma intervenção de três horas no hospital Juan Paz Camejo, no município de Sagua de Tánamo (Holguín), onde foi retirada meia libra de tecido do rosto.

A operação foi bem-sucedida e a paciente se recupera favoravelmente após ser submetida a uma cirurgia complexa que, de fato, é a primeira do tipo realizada pela maxilofacial Arelis Rabelo Castillo, conforme informou no Facebook a jornalista da rádio oficialista cubana Yeletnys Robles Reve.

Trata-se da primeira de várias operações às quais Ariannis Fuentes terá que se submeter para recuperar seu rosto.

Apesar de que este tipo de notícias costumam mobilizar a maquinaria propagandística do regime, o periódico local (www.ahora.cu) não repercutiu o que a jornalista da rádio Ecos de Sagua chama de "conquista e essência da revolução".

Um internauta que diz se chamar Juan Carlos Romero Santos se mostrou emocionado com a notícia da cirurgia e explicou que é vizinho da paciente e que conhece o hospital e a doutora que realizou a intervenção. Sobre esta última, destacou: "É de origem humilde e, além disso, também lhe falta água, sofre com apagões, anda a pé, é vítima da inflação. Mesmo assim, não lhe faltam amor e dedicação. Meus respeitos, Arelis".

A cirurgia maxilofacial de Ariannis Fuentes foi desenvolvida em um contexto de abandono estatal da saúde pública, que continua recebendo 14 vezes menos investimentos do que o turismo, apesar de o país não conseguir recuperar os dados de chegada de visitantes anteriores à pandemia, em um momento favorável para o setor turístico internacional.

Este ano também foram realizadas em Cuba outras operações de complexidade similar à de Sagua de Tánamo. Em janeiro passado, os médicos do hospital pediátrico de Havana conseguiram extirpar com sucesso um tumor maligno que uma menina de 9 anos tinha no ovário direito.

Segundo explicou a doutora que acompanhou o caso, em um primeiro momento, ao analisar a menor, acreditou-se que o inchaço que a menor tinha no abdômen se devia à menstruação, apesar de não haver sangramento. Mas a situação piorou. "Aparentemente, o tumor foi crescendo até já não ter muito espaço dentro da cavidade, mas com a atividade física intensa e o tipo de exercício que fez (a menina) brincando, deslocou-o para a frente, fazendo com que a parede abdominal se projetasse". No Hospital Pediátrico, foi descartado que fosse o período (menstruação) e confirmaram a tumoração, mas isso só foi descoberto após a tomografia contrastada. Foi então que se soube que "se tratava de um teratoma de ovário direito Grau II", detalhou a médica Naila Ayrado, que acompanhou o caso.

Segundo explicou, esses tumores são quase sempre benignos. Estão formados por células diferentes do período embrionário, por isso têm pelos, dentes, ossos, cartilagens e até tecidos de olhos, cérebro e fígado, o que lhes dá uma aparência desagradável que origina o nome de teratoma: tera em latim é monstro e toma é tumor.

Dada a rapidez com que foi diagnosticado e operado, o tumor, apesar de ser maligno, estava encapsulado e não havia metástases, e a operação foi um sucesso total.

Também em fevereiro passado, médicos de Santa Clara extirparam um tumor de quatro libras que um paciente de 69 anos tinha no peito, que evoluiu favoravelmente após a cirurgia.

Nesse caso, a arriscada operação foi realizada por uma equipe multidisciplinar do hospital oncológico Celestino Hernández Robau, com o objetivo de remover um lipossarcoma, um tipo de câncer pouco frequente, que começa nas células adiposas. Foi a segunda cirurgia torácica de alta complexidade realizada em Villa Clara para remover um lipossarcoma de células redondas da parede costal direita, conforme revelou nas redes sociais a repórter oficialista Belkis Vidal.

O paciente, identificado como Leoncio Hernández Quintero, com apenas seis dias de operado, evoluiu de forma favorável, sem dispneia, caminhando e alimentando-se por via oral, segundo revelou Vidal, citando como fonte o doutor Yoel Ramo Rodríguez, especialista em cirurgia torácica que esteve à frente da equipe médica que atendeu o caso.

Em qualquer caso, trata-se de casos excepcionais, já que os hospitais cubanos atravessam suas horas mais baixas devido ao êxodo de profissionais; a exportação-exploração dos melhores médicos em missões e a escassez crônica de medicamentos. Prova disso, por exemplo, é o caso do menino cubano de 7 anos Jorge Esteban Reina Llerena, que está esperando para emigrar para os Estados Unidos, onde o Nicklaus Children Hospital se ofereceu para fazer um transplante de medula que em Cuba não é praticado, por falta de condições, há anos.

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