O ministro da Saúde Pública, José Ángel Portal Miranda, assegurou na inauguração de um evento internacional nesta segunda-feira em Havana que, desde que foi detectado o vírus do Oropouche em Cuba no dia 27 de maio até agosto, foram confirmados mais de 400 casos na ilha.
"Até o início de agosto, o país registrava a presença do vírus Oropouche em todas as províncias, com mais de 400 casos confirmados", disse o titular da Saúde em declarações citadas pelo Cubadebate, dando um número que contrasta com relatos nas redes sociais sobre o aumento da doença na ilha.
Segundo os dados revelados pelo Portal Miranda, Cuba ocuparia o segundo lugar nas Américas em número de contágios pela doença, que até 1 de agosto contabilizava 8.076 casos confirmados em cinco países da região, incluindo Brasil (7.284), Bolívia (356), Peru (290) e Colômbia (74).
As únicas duas mortes associadas ao vírus foram relatadas pelo Brasil no final de julho.
Portal Miranda fez as declarações na inauguração da 18ª edição do Curso Internacional de Dengue e outros Arbovírus Emergentes no Instituto de Medicina Tropical Pedro Kourí (IPK) de Havana, que conta com a participação de funcionários da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O ministro não detalhou se o número divulgado leva em conta apenas aqueles casos confirmados por meio de diagnóstico laboratorial, recurso que na ilha, devido à falta de reagentes e outros insumos, praticamente não é aplicado.
A cifra de casos do vírus Oropouche em Cuba citada pelo Portal Miranda contrasta com os 35.000 casos que, sob a denominação "canal endêmico de síndrome febril", foi divulgada pelo Ministério da Saúde em uma tabela televisionada em uma Mesa Redonda no início de julho.
Nos últimos dias, os Centros para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos emitiram um alerta de nível 2, em uma escala de 4, devido ao aumento dos casos do vírus do Oropouche em Cuba.
As autoridades americanas recomendaram aos viajantes tomarem medidas preventivas reforçadas para evitar contrair esta doença arboviral e aconselharam às gestantes que não viajem para a ilha, a menos que seja inevitável.
Tal alerta chega em um momento em que Cuba enfrenta uma crise epidemiológica, exacerbada pela rápida expansão da doença em todo o país, após a confirmação dos primeiros casos em Santiago de Cuba no final de maio.
Em seu site, os CDC alertaram que “recentemente foram relatados múltiplos casos de Oropouche em viajantes americanos e europeus que retornaram de uma viagem a Cuba, o que indica que existe um risco contínuo".
Está confirmado pelo próprio Ministério da Saúde Pública (MINSAP) de Cuba que a doença está presente em todo o território nacional, incluindo a Ilha da Juventude.
O Oropouche, que muitas vezes é confundido com a dengue devido à semelhança de seus sintomas, pode se manifestar em pessoas de qualquer idade.
Os sintomas incluem febre alta, dor de cabeça, dores musculares, rigidez nas articulações, náuseas, vômitos, calafrios e sensibilidade à luz.
Casos importados na Europa
Os casos de vírus de Oropouche importados para a Europa estão aumentando nas últimas semanas, principalmente através de viajantes que vêm de Cuba. Já foram detectados pelo menos 19, de acordo com dados do Centro Europeu para a Prevenção e Controle de Doenças (ECDC).
Na informação mais recente sobre o comportamento desta doença, o ECDC confirmou que o número de casos importados de doença pelo vírus de Oropouche na Espanha aumentou para 12 entre junho e julho, todos relacionados a viagens a Cuba ou ao Brasil, conforme afirmou recentemente a agência Efe.
Assim, relatou que o vírus está presente, até o momento, na Itália (5) e na Alemanha (2); sendo dezoito casos com histórico de viagens a Cuba e um ao Brasil.
No início de agosto, o ECDC confirmou os dois casos de Oropouche contabilizados na Alemanha, enquanto elevou para quatro os diagnosticados na Itália.
Enquanto que, em meados de julho, o ECDC revelou a detecção de seis casos da doença na Europa: três na Espanha e igual quantidade na Itália.
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