Os casos de vírus de Oropouche importados para a Europa nas últimas semanas por meio de viajantes provenientes de Cuba estão aumentando e já foram detectados pelo menos 11, segundo dados oficiais das autoridades de saúde europeias.
No seu relatório mais recente sobre o comportamento de doenças, o Centro Europeu para o Controle de Infecções (ECDC) confirmou dois casos de Oropouche detectados na Alemanha em pessoas que viajaram para a ilha recentemente, enquanto elevou para quatro os diagnosticados na Itália.
Por sua parte, o Centro de Coordenação de Alertas e Emergências Sanitárias (CCAES) do Ministério da Saúde da Espanha informou esta semana que foram detectados cinco casos do vírus de Oropouche (OROV) em viajantes que retornaram de Cuba, no que vai do verão, segundo uma dispatch da agência EFE.
A mediados de julho, o ECDC revelou a detecção de seis casos da doença na Europa: três na Espanha e a mesma quantidade na Itália.
A cifra de casos em Espanha confirmados por essa entidade de saúde permaneceu em três até o relatório semanal com fechamento em 2 de agosto. No entanto, as autoridades de saúde espanholas atualizaram o número para cinco, em pessoas residentes em quatro comunidades autônomas diferentes: Galícia, Andaluzia, País Basco e Madrid.
A nota da EFE alerta que se espera um aumento nos casos de Oropouche importados de Cuba devido ao surto em vários países da América Latina, no entanto, "seu risco de transmissão é muito baixo" porque o mosquito que o contagia, o jején Culicoides paraensis, não habita no país.
Em seu relatório de meados de julho, o Centro Europeu para o Controle de Infecções contabilizou três casos da doença na Itália, em pessoas provenientes da ilha, número que já subiu para quatro.
A Itália registrou o primeiro caso de Oropouche na Europa, que foi notificado no dia 7 de junho, após o vírus ser identificado em uma pessoa que havia retornado de Cuba para a região do Vêneto no dia 26 de maio.
O viajante experimentou o aparecimento dos sintomas, que incluíram febre, artralgia, artrite, dor de cabeça e dor retro-orbital, no dia de sua chegada; e teve que ser hospitalizado por quatro dias.
Entretanto, no dia 29 de julho, a Alemanha notificou dois casos confirmados da doença. Os viajantes apresentaram os primeiros sintomas no dia 16 de junho e no dia 2 de julho, respectivamente, durante sua estadia em Cuba. Uma das pessoas apresentou febre, mialgias e cefaleias, e a outra, dores de cabeça, mal-estar geral e artralgias.
Os pacientes testaram positivo para testes de IgG e IgM específicos de OROV ao retornarem à Alemanha. As autoridades destacaram que não se conhece relação epidemiológica entre os dois casos, segundo o relatório do ECDC.
A entidade sanitária destacou que não há associação entre os casos de Oropouche detectados nesses três países da Europa, exceto que todos estiveram em Cuba. Um único caso, registrado na Itália, procede do Brasil.
A finais de julho, o Ministério da Saúde Pública cubano informou que o vírus havia se espalhado por todas as províncias, desde que foi identificado pela primeira vez no país em maio passado.
A presença dessa arbovirose, junto com a dengue, agravou a situação epidemiológica nacional e mantém os cidadãos em alerta em meio à crise de saúde que enfrenta Cuba, marcada pela escassez de medicamentos e insumos, a falta de pessoal médico e a carência de recursos para iniciar campanhas de fumigação que freiem a propagação dos mosquitos transmissores de ambas as doenças.
Na última semana de julho, o Ministério da Saúde do Brasil divulgou as primeiras mortes registradas no mundo pelo vírus de Oropouche.
No dia 1 de agosto, a Organização Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OPS/OMS) emitiram um alerta epidemiológica na região das Américas e instaram os estados membros a reforçar a vigilância e implementar o diagnóstico laboratorial para a identificação e caracterização dos casos de Oropouche, informou a EFE.
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