Cubana denuncia roubo de 70 mil pesos no hotel Grand Memories Santa María, de Jardines del Rey.

Tinha o dinheiro em uma mala que deixou no quarto no dia em que tinha que abandoná-lo porque retornava à Sérvia, país onde reside. Ao chegar a Havana, descobriu o desfalque.

Cedida © Yanelys González, junto a su hermana y al lado, su hermana en Jardines del Rey.
CedidaFoto © Yanelys González, junto à sua irmã e ao lado, sua irmã em Jardines del Rey.

Yanelys González Suárez é uma mãe cubana que denuncia o roubo de 70 mil pesos em moeda nacional (cerca de 218 dólares na cotação de 1 x 320) no hotel Grand Memories Santa Maria, em Jardines del Rey, em Santa Clara.

Segundo a sua versão dos fatos, ocorreu no dia 8 deste mês de agosto, coincidindo com o dia em que ela tinha previsto deixar o hotel para voltar com seus filhos para a Sérvia, país onde reside há dez anos. Sempre que vai a Cuba, ela se hospeda com sua família em hotéis e nunca teve nenhum problema, até este verão.

Yanelys González, sua mãe e seus dois filhos estiveram hospedados no quarto 5122 do hotel Grand Memories Santa María, entre os dias 4 e 8 deste mês de agosto. Na noite do dia 7, a mãe fez a mala e colocou os 70 mil pesos cubanos dentro de uma bolsa da Ikea, no fundo da bagagem. Em cima, colocou as roupas. Na manhã do dia 8, a família se levantou para aproveitar as últimas horas na praia. O quarto deveria ser devolvido às 12h, mas optaram por pagar 2 mil pesos (quase um salário mensal em Cuba) à funcionária responsável pela limpeza do quarto para que lhes deixasse um pouco mais de margem, pois tinha uma criança pequena e estava mais difícil deixar o hotel na hora estabelecida.

A camareira lhes disse que deixaria a bagagem guardada no quarto até às 13h00, porque às 14h00 entrava o próximo cliente. A família chegou ao hotel às 12h00, tomou banho no quarto e ficou pronta para pegar o ônibus às 15h00.

Chegaram a Havana entre as 20h00 e as 21h00 do dia 8 de agosto, quatro dias antes de pegar o voo para a Sérvia. Foi nesse mesmo dia que Yanelys González Suárez percebeu que haviam roubado 70 mil pesos em moeda nacional no hotel Grand Memories Santa María.

Nada mais ao perceber o roubo, ligou para o hotel para relatar o ocorrido e foi nesse momento que lhe confirmaram que ninguém havia entrado naquele quarto desde sua saída e que ele continuava livre. "Ali percebi que a camareira mentiu, que o que ela queria era que eu pegasse minhas coisas e fosse embora", explica esta mãe cubana em declarações à CiberCuba.

Uma trabalhadora chamada Yamilka, do setor de Relações Públicas do hotel, disse que tinham um sistema de controle de chaves e que podiam ver quem havia aberto o quarto e entrado, e sugeriram que ela ligasse em dois dias. Quarenta e oito horas depois, em 10 de agosto, Yanelys González ligou para o hotel e disseram que já tinham esclarecido o ocorrido, mas que não podiam lhe dar informações antes que ela fizesse uma denúncia. O problema é que ela tinha bilhete de volta para a Sérvia no dia 12 de agosto e não tinha tempo para registrá-la. No dia 9, ela havia viajado para Viñales.

Como tinha que retornar ao seu país de residência, Yanelys González deixou a denúncia nas mãos de sua mãe. "Ou seja, se eu não denunciar, eles ficam com o dinheiro porque tenho certeza de que todos se combinou para ficar com os 70 mil pesos", afirma.

Para evitar que o que aconteceu volte a acontecer com alguém mais, Yanelys González quis deixar uma avaliação do Hotel Grand Memories Santa María, relatando o roubo de seu dinheiro, no Tripadvisor, mas não aceitam o comentário. Cada vez que ele escreve, ao salvá-lo dá erro.

Ela já está na Sérvia, mas não conseguiu recuperar o dinheiro nem deixar uma avaliação negativa sobre o hotel na Internet.

Seu caso não é o primeiro que ocorre em hotéis de Cuba. Em 2019, um turista holandês denunciou o roubo de 1.000 euros em um cofre do Hotel Nacional de Cuba.

Aos roubos, é preciso somar, além disso, denúncias como a realizada pela 'tiktoker' argentina Georgi, mostrando as más condições de um hotel All Inclusive em Varadero, onde o buffet de comida carecia de variedade, a pizza não tinha queijo e os pães estavam "como uma pedra".

Notícias como esta ajudam a entender o porquê da má recuperação do turismo em Cuba, que continua sem alcançar os dados pré-pandemia, apesar de que países da região, como a República Dominicana, estão aproveitando a alta temporada.

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Tania Costa

(La Habana, 1973) vive na Espanha. Dirigiu o jornal espanhol El Faro de Melilla e FaroTV Melilla. Foi chefe da edição murciana de 20 minutos e assessora de Comunicação da Vice-Presidência do Governo da Murcia (Espanha).


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