Régimen cubano nega movimento de pessoas e documentação a Caracas

O Ministério das Relações Exteriores de Cuba publicou um comunicado oficial onde afirma que essas acusações são uma “calúnia”.

MINREX-Venezuela © Collage redes sociales
MINREX-VenezuelaFoto © Colagem redes sociais

O Ministério das Relações Exteriores de Cuba (MINREX) negou nesta sexta-feira que tenha havido movimento de pessoas e de documentação em direção a Caracas, a capital da Venezuela, após o último domingo, 28 de julho, data em que Nicolás Maduro se proclamou vencedor de eleições irregulares no país sul-americano.

A Declaração do Ministério das Relações Exteriores de 31 de julho de 2024 denunciou que o povo venezuelano enfrenta a manipulação midiática e política junto ao assédio imperialista, a intromissão externa e a investida oportunista das oligarquias e seus representantes, afirma o MINREX em um comunicado; e alude a uma nota emitida anteriormente onde reafirmam seu alinhamento e reconhecem a proclamação de Maduro para um terceiro período presidencial (2025-2031).

O ministério cubano aproveita para divulgar o apoio que a União de Jornalistas de Cuba, afiliada ao Partido Comunista, deu à situação de descontentamento gerada pela eleição de Maduro, cujo reconhecimento foi feito apenas por países aliados como Rússia, China, Nicarágua, Catar, Honduras, a própria Cuba, entre poucas outras nações.

No entanto, referem que "não demorou muito tempo para que, como parte da manipulação midiática e política, se tentasse impor uma calúnia que aludisse a Cuba".

A entidade governamental denuncia “uma grosseira fabricação do Diário das Américas, em consonância com sua linha editorial sobre Cuba” sobre a transferência de pessoal da ilha para a Venezuela com o objetivo de apoiar a imposição de Maduro na presidência.

“Era de esperar que outros meios de comunicação e contas em plataformas digitais, que trabalham coordenadamente em campanhas de intoxicação sobre a realidade cubana, assumissem esta calúnia como uma verdade, sem parar para comprová-la”, afirmam.

As autoridades sinalizam uma série de voos de várias companhias aéreas, em confirmação com o estatal Instituto de Aeronáutica Civil de Cuba, nos quais afirmam que “não ocorreram voos que não sejam comerciais programados previamente” entre 28 de julho e 2 de agosto de 2024.

"Uma das mentiras dessa calúnia incluía a suposição de que as aeronaves transportaram pessoal para custódia e proteção de dirigentes do governo venezuelano e de pessoal especializado para imprimir novas atas eleitorais, e que trouxeram de volta a Cuba parte do pessoal médico e outros assessores cubanos para proteger suas vidas por medo da violência que havia se gerado", apontam.

No obstante, afirmam “categoricamente” que desde Cuba “não viajou para a Venezuela pessoal vinculado a operações de segurança e proteção de dirigentes venezuelanos nem para realizar nenhuma atividade associada ao processo eleitoral. Em nenhum caso se trasladaram para Cuba colaboradores cubanos que trabalham na Venezuela por preocupações de segurança; pelo contrário, manteve-se o fluxo normal e planejado de movimentos dos integrantes da cooperação cubana na Venezuela”.

Recordemos que o governo cubano, antes que saíssem os resultados das eleições, já havia parabenizado Maduro pelo resultado da eleição.

“O General do Exército Raúl Castro Ruz conversou por telefone com o companheiro Nicolás Maduro Moros para parabenizá-lo pela vitória eleitoral alcançada nas eleições realizadas hoje na República Bolivariana da Venezuela”, indicou em um comunicado o MINREX na última segunda-feira.

Também o fez o governante designado Miguel Díaz-Canel, que além disso saiu em defesa de seu aliado regional, diante da falta de reconhecimento por parte da comunidade internacional e das denúncias de fraude eleitoral.

"Cuba Denuncia: Os que cantaram fraude antes das eleições; os que desqualificam sem argumentos o triunfo de Nicolás Maduro; os golpistas e os guarimberos de turno, estão no lado dos que odeiam e destroem, o dos inimigos da Venezuela e da Nossa América", expressou Díaz-Canel na rede social X (anteriormente Twitter).

Na sexta-feira, a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, fez um chamado à mobilização popular para este sábado, 3 de agosto, após o fraude eleitoral do governo de Nicolás Maduro.

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