Governo fecha quatro negócios privados em Havana e ordena 77 vendas forçadas.

O governo da capital cubana realizou 294 inspeções a negócios particulares e trabalhadores autônomos e impôs 422 multas, das quais 259 foram por violações de preços.

Precios en comercios privados en La Habana © Facebook/Ministerio de Finanzas y Precios de Cuba
Preços em comércios privados em HavanaFoto © Facebook/Ministerio de Finanzas y Precios de Cuba

O Governo Provincial de Havana fechou quatro negócios privados por supostamente não cumprirem as disposições da “bancarização” e obrigou comerciantes a realizar 77 vendas forçadas de seus produtos, durante uma operação de controle realizada na semana anterior na capital.

Funcionários da Direção de Inspeção do governo provincial e do Ministério de Finanças e Preços (MFP) realizaram um “exercício de controle de preços” nos 15 municípios da Havana, na sexta e sábado passados, direcionado à “proteção do cliente como objetivo principal”, segundo uma nota de imprensa divulgada pelo Portal do Cidadão de Havana.

Captura de Facebook/Ministério de Finanças e Preços de Cuba

Durante a inspeção, em várias entidades comerciais da capital cubana, foram detectadas "irregularidades" no cumprimento da política de preços estabelecida pelo MFP no país, incluindo a Resolução 225 aprovada em julho passado, que limitou os preços de venda ao consumidor de seis produtos básicos de alta demanda.

Na sexta-feira, as autoridades realizaram 294 inspeções em negócios particulares e impuseram 422 multas, das quais 259 foram por violações de preços. Não foram detalhados os valores das multas, mas estas podem chegar e até superar os 8.000 pesos, conforme estabelecido pelo Decreto-Lei 30 de 2021.

Além disso, os inspetores ordenaram que os vendedores comercializassem suas mercadorias por meio de vendas forçadas, que totalizaram 77.

Nesse dia, os funcionários governamentais também fecharam quatro estabelecimentos "por não cumprir a Resolução 93 sobre bancarização", embora as informações não tenham especificado as infrações cometidas por esses negócios que levaram ao seu fechamento.

No entanto, publicações do MFP nas redes sociais relataram o fechamento, no sábado, de um ponto de venda de um trabalhador por conta própria (TCP) no município de Boyeros por não ter pago seus impostos até agora neste ano.

“Em imagens de ponto de venda de TCP que no ano não pagou seus tributos, por isso, neste particular, se encerra este projeto no município Boyeros”, assinalou um post na rede X.

O comunicado publicado no site do governo provincial de Havana insiste na retórica oficial de que “o combate contra as ilegalidades e os preços abusivos constitui tarefa de primeira ordem”, o que vem sendo aplicado rigorosamente em todo o país, com maior ênfase desde o início de julho.

Enquanto isso, as lojas estatais em moeda livremente conversível (MLC) mantêm seus preços exorbitantes, proibitivos para a imensa maioria dos cubanos residentes na ilha.

No fim de semana, a cruzada governamental contra as violações de preços pelo setor privado também atingiu a feira agropecuária do município de Placetas, em Villa Clara, onde todos os infratores foram multados com uma quantia de 8.000 pesos, de acordo com o estipulado no Decreto 30 de 2021.

Além das multas, foi ordenada a venda forçada dos produtos e, em alguns casos, as mercadorias foram apreendidas.

Na sexta e no sábado, foi realizada uma operação semelhante em Santa Clara, onde inspetores do governo municipal detectaram infrações cometidas por 87 mipymes e trabalhadores por conta própria, de 95 fiscalizados.

A informação divulgada especifica que foram aplicadas 24 multas de 8.000 pesos por preços abusivos, das quais 17 foram por violações da Resolução 225/2024 do MFP.

Com esta normativa, o governo fixou os preços de venda a retalho do frango cortado, dos óleos comestíveis (exceto o de oliva), do leite em pó, das massas alimentícias, das salsichas e do detergente em pó.

A partir de sua entrada em vigor, no início de julho, as autoridades intensificaram as operações de controle em todo o país para detectar violações de preços no setor não estatal e punir os infratores.

O que você acha?

COMENTAR

Arquivado em:


¿Você tem algo a relatar? Escreva para CiberCuba:

editores@cibercuba.com +1 786 3965 689