As palavras de Jordan Díaz para sua família em Cuba após ganhar medalha de ouro para a Espanha

O cubano recebeu a visita surpresa de uma tia que não via há quatro anos.


O jovem triplista cubano Jordan Díaz não hesitou em dedicar em primeiro lugar a medalha de ouro olímpica que ganhou nesta sexta-feira à sua família e em especial aos seus pais.

“Eu me lembro da minha família, que não vejo há três anos, eu os vejo por videochamada, mas fisicamente não”, respondeu o cubano à pergunta em uma coletiva de imprensa que indagou sobre o que lhe veio à mente após ganhar e a quem dedicava a vitória.

Após essa primeira dedicatória, Díaz também expressou agradecimento ao seu grupo de treinamento, do qual disse que tem sido como sua família e sua estabilidade desde que está na Espanha. Em terceiro lugar, teve palavras carinhosas para todos os espanhóis que acreditaram nele e o apoiaram.

Interrogado por outra jornalista sobre esse duro passo de não poder compartilhar com sua família ao vivo e em direto o triunfo, o cubano respondeu de forma muito emotiva.

"No final, todo esse sacrifício empurra a melhorar, empurra a continuar sendo um atleta e uma pessoa melhor. Liguei para meus pais e vi que eles estavam supercontentes, já não preciso de mais nada. Essa é minha função aqui, que minha família esteja feliz", concluiu.

Embora não tenha podido abraçar seus pais nesta sexta-feira, ao chegar à Casa Espanha, ponto de encontro da delegação espanhola, o triplista cubano se encontrou com a surpresa de poder abraçar sua tia depois de quatro anos sem vê-la.

Ao chegar à Casa Espanha, além de poder abraçar sua tia, o atleta de origem cubana foi aplaudido por jornalistas e membros da delegação espanhola nos Jogos Olímpicos.

O ex-jogador de basquete espanhol não hesitou em celebrar no X a façanha do hispano-cubano, que qualificou de "impressionante".

Este vendredi, Jordan Díaz, com apenas 23 anos, destronou com um salto de 17,86 metros o também cubano Pedro Pablo Pichardo (17,84 metros), que competiu por Portugal e era o atual campeão olímpico.

O cubano Andy Díaz, que competiu pela Itália, ficou com o bronze com um salto de 17,64 metros.

De esse modo, deu-se a significativa circunstância de que três triplistas de origem cubana ocuparam o pódio, mas paradoxalmente nenhum deles representava seu país de origem, uma realidade que para muitos é clara evidência de um país que se desangra em todos os âmbitos.

O representante da ilha caribenha, Lázaro Martínez, teve que se contentar com a oitava posição na final, onde realizou um salto de 17,34 metros.

O salto mais arriscado de Jordan Díaz

Em 2021, Jordan Díaz decidiu apagar a possibilidade de competir nos Jogos Olímpicos de Tóquio ao abandonar a concentração de Cuba durante uma gira de treinamento na Espanha.

A muitos surpreendeu, pois a decisão não era fácil. No entanto, o jovem triplista tinha um plano traçado que passava por guardar suas forças para brilhar em Paris 2024.

Com total paciência, esperou o momento de se naturalizar espanhol e escolheu seu companheiro de chapa: seu conterrâneo e ex-saltador de distância, Iván Pedroso, considerado atualmente o melhor treinador de salto triplo do mundo.

Para Jordan Díaz, depois de ser nacionalizado em 2022, tudo foi em ascensão.

Em junho, o cubano confirmou seu talento ao conseguir o terceiro melhor registro da história: 18,18 metros no Campeonato Europeu de Atletismo.

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