Cubanos sob outras bandeiras em Paris 2024: Pedro Pablo Pichardo, sem medo do sucesso

O santiaguero, representante de Portugal, buscará em Paris 2024 sua segunda coroa consecutiva, embora o panorama pareça complicado pela nova geração de saltadores que vem se destacando.

Pedro Pablo Pichardo © X/@EuroAthletics
Pedro Pablo PichardoFoto © X/@EuroAthletics

Com uma folha de serviços repleta de glórias, o cubano naturalizado português Pedro Pablo Pichardo pode ser catalogado como um dos melhores triplistas da história do atletismo mundial.

Seu palmarés o respalda: ouro olímpico (Tóquio 2020), bicampeão mundial (Eugene 2022 e Belgrado indoor 2022), campeão europeu (Munique 2022) e bicampeão continental em pista coberta (Torun 2021 e Istambul 2023).

Pichardo foi competitivo em representação de sua terra natal e protagonizou duelos de luxo com outra lenda da especialidade: o americano Christian Taylor, duas vezes monarca olímpico em Londres 2012 e Rio de Janeiro 2016.

Justamente, o santiaguero tentará emular o norte-americano em Paris 2024, pois busca sua segunda coroa consecutiva, embora o panorama pareça complicado pela nova geração de saltadores que vem se destacando.

Aos 31 anos, o luso perdeu há algumas semanas para seu compatriota nacionalizado espanhol Jordan Díaz no Campeonato Europeu. A competição trouxe faíscas entre ambos, ao ponto de que tiveram um desentendimento no refeitório da vila dos atletas e depois nas redes sociais.

No dia 11 de junho, Díaz, com apenas 23 anos, alcançou os 18,18 metros para levar a medalha de ouro, com recordes espanhol e continental, além da terceira melhor marca de todos os tempos, ficando a apenas 11 centímetros do recorde mundial, que pertence ao britânico Jonathan Edwards.

No entanto, o concurso foi extremamente acirrado, pois o português cravou seus pinchos em 18.04 para pendurar a medalha de prata, só que ninguém esperava sua postura diante da validade do resultado do vencedor.

Em uma extensa publicação no Instagram, Pichardo manifestou publicamente sua dúvida sobre o salto de Díaz e perguntou: “Por que a régua eletrônica apagou naquele momento? Como sabemos que realmente era de 18,18 metros?”.

O monarca olímpico e universal expressou que lhe “gostaria que a European Athletics, a World Athletics e os juízes responsáveis dessem uma resposta rápida e uma clarificação sobre o que aconteceu na fossa no momento em que o atleta da Espanha fez essa grande marca”.

E prosseguiu: "Em uma competição desse nível, não é normal fazer uma grande marca com a regra eletrônica desligada".

De igual maneira, relatou que seu rival saiu “celebrando sem sequer perceber onde havia pousado, já que a régua já estava desligada, mas parece que já sabia que havia me superado mesmo antes da medição e sem ter ligada a régua eletrônica”.

O agir de Pichardo gerou maior controvérsia entre os expoentes desenvolvidos na escola cubana de saltos, que aparecem como os grandes favoritos da modalidade para o título nos Jogos Olímpicos.

Desde a classificação, ambos haviam mostrado um excelente estado de forma, mas mesmo assim trocaram várias mensagens nas entrevistas realizadas na zona mista.

Todo isso alimenta a disputa do triplo masculino em Paris, que terá sua classificação na próxima quarta-feira, 7 de agosto.

Pichardo, que abandonou a delegação de Cuba em Stuttgart, Alemanha, em abril de 2017, terá outro rival de peso em Andy Díaz, um conterrâneo que brilha sob a bandeira da Itália.

Além disso, a delegação oficial de Cuba apresentará o campeão indoor Lázaro Martínez e Cristian Nápoles. Também não podem ser esquecidos o burquinense Hugues Fabrice Zangho e o jovem jamaicano Jaydon Hibbert.

O que você acha?

COMENTAR

Arquivado em:


Você tem algo a relatar? Escreva para a CiberCuba:

editores@cibercuba.com +1 786 3965 689