Alerta em Camagüey pelo aumento da transmissão de dengue e do vírus de Oropouche

Paralelamente ao surto de dengue em várias localidades da província, são relatadas 76 pessoas internadas - em hospitais ou em suas residências - com a febre de Oropouche, enquanto outras 79 são suspeitas de ter contraído esse vírus.

Aguas albañales y desechos en Camagüey (foto de referencia) © Facebook/ Pedro Moure Ortíz
Águas residuais e dejetos em Camagüey (foto de referência)Foto © Facebook/ Pedro Moure Ortíz

Cerca de 80 pessoas internadas com o vírus de Oropouche e um alto índice de infestação e transmissão de dengue em várias localidades de Camagüey marcam o contexto epidemiológico “complexo” na província, que mantém as autoridades de saúde e a população em alerta.

A complexidade da situação sanitária devido à circulação de ambos os vírus é dada pela “alta incidência dos agentes transmissores em vários municípios”, reconheceu o doutor Néstor Navarro Vega, subdiretor de Epidemiologia do Centro Provincial de Higiene, Epidemiologia e Microbiologia, segundo o periódico oficialista Adelante.

O especialista revelou que no município de Santa Cruz del Sur o índice de infestação e propagação do dengue é elevado, enquanto em Esmeralda conseguiu-se reduzir sua taxa de incidência, mas ainda tem uma alta transmissão em suas áreas de saúde.

Assim, disse que “na Flórida há uma considerável circulação do vírus na área norte, assim como em Minas, em suas localidades cabeceira e Senado, com um aumento nos casos febris”.

Paralelamente à luta contra o dengue, são relatadas 76 pessoas internadas - em hospitais ou em suas residências - com a febre de Oropouche, enquanto outras 79 são suspeitas de terem contraído o vírus.

Navarro informou que os municípios com casos confirmados são Carlos Manuel de Céspedes, Florida, Camagüey, Minas e Vertientes.

“Tudo se complica com o impacto de fatores como as altas temperaturas que provocam o encurtamento do ciclo do Aedes aegypti; também, com as chuvas e a situação ambiental, pois como é conhecido, o Culex quinquefasciatus entra e sai da residência e só pode ser mitigado com o ordenamento ambiental”, alegou o funcionário.

As medidas para frear a propagação de ambas as arboviroses incluem o que as autoridades de saúde chamam de “bloqueio de febris”, um controle que “é realizado nas cinco residências ao redor do caso detectado, não na quadra nem no município”. Segundo o dirigente, “as prioridades para a fumigação estão nos bloqueios de febris e nas quadras em transmissão e em risco”.

Na pesquisa dos casos pela equipe de saúde, as autoridades incorporaram membros de organizações do regime, como os Comitês de Defesa da Revolução (CDR) e a Federação de Mulheres Cubanas (FMC), mas tais ações continuam sem deter o aumento da transmissão da dengue e do Oropouche.

No início de julho, o doutor Francisco Durán, diretor nacional de Epidemiologia do Ministério da Saúde Pública (MINSAP), informou que o vírus de Oropouche já estava em 12 províncias do país e revelou que o governo não possui recursos para iniciar campanhas de fumigação que evitem a propagação do mosquito transmissor.

“O vírus começou por Santiago de Cuba e Cienfuegos, mas hoje falamos também de Matanzas, Mayabeque, Villa Clara, Sancti Spíritus, Ciego de Ávila, Holguín, Guantánamo, Artemisa, Camagüey e Granma”, disse Durán. No entanto, ele omitiu La Habana, onde a doença foi detectada desde o final de junho, segundo informou o governo provincial.

Uns dias depois da atualização que Durán ofereceu, autoridades de Pinar del Río e Las Tunas confirmaram os primeiros casos nesses territórios.

Levando em conta a informação oficial, o vírus de Oropouche estaria presente em quase todo o país, exceto no município especial Ilha da Juventude.

Enquanto isso, o dengue continua "reinando com seu respeito" em todo o território nacional, devido à falta de recursos para o controle do mosquito Aedes aegypti e às condições de insalubridade generalizada no país.

Tal situação mantém a população alerta e preocupada, diante dos relatos de casos fatais, sobre os quais as autoridades e a imprensa oficial não se pronunciam.

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