Detêm o líder maçom Ángel Santiesteban-Prats antes de reunião oficial em Havana.

A detenção ocorreu antes de uma reunião dos maçons com autoridades do Partido Comunista de Cuba.

Ángel Santiesteban-Prats © Facebook/Ángel Santiesteban-Prats
Ángel Santiesteban-PratsFoto © Facebook/Ángel Santiesteban-Prats

O líder maçom Ángel Santiesteban-Prats, venerável Mestre da Loja Cavaleiros do Sol, foi detido em Havana antes de uma reunião entre os maçons cubanos e Caridad Diego, chefe da Oficina de Atendimento a Assuntos Fraternais e Religiosos do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba.

A reunião, agendada para as 15h00 desta quinta-feira, analisa a intromissão do Estado nos assuntos internos das lojas cubanas e busca um acordo em relação à expulsão do Grande Mestre imposto pelo regime, Mario Urquía.

Camila Acosta, jornalista do site digital independente Cubanet e que se preparava para cobrir o evento, foi quem fez a denúncia em suas redes sociais.

“Angel Santiesteban-Prats deve estar nessa reunião, porque é o Venerável Mestre da loja Cavaleiros do Sol, a máxima autoridade de sua loja. Mas acabaram de detê-lo arbitrariamente”, escreveu a jornalista em seu perfil no Facebook.

Captura de Facebook/Camila Acosta

Acosta lembrou que o líder maçônico foi detido exatamente há uma semana, “sem nenhuma ordem judicial”, porque os órgãos repressivos do regime queriam “conversar e avisá-lo que não queriam um “escândalo” nem que os maçons recorressem à imprensa independente para expor seus problemas”, destacou.

A comunicadora advertiu que “é a Segurança do Estado, ao meter suas mãos, tentar manipular os maçons e impor a eles um Grande Mestre que responda aos seus interesses, que converteu isso em um assunto político”.

Além disso, mencionou que “os Veneráveis Mestres citados por Caridad Diego não deveriam aceitar essa reunião enquanto um irmão seu permanecer sequestrado e em paradeiro desconhecido. É o mais honroso e digno que poderiam fazer”.

Na semana passada, em um fato sem precedentes na história da maçonaria cubana, dezenas de irmãos se reuniram na Grande Loja de Cuba para protestar contra a restituição, por parte do ministério da Justiça, de Mario Urquía Carreño como Grande Mestre da Ordem.

Urquía Carreño, que foi removido de suas responsabilidades no início do ano pelos próprios maçons, após o desaparecimento de 19.000 dólares do Asilo Nacional Maçônico, recorreu às autoridades judiciais do regime cubano que decidiram reintegrá-lo ao cargo.

A protesto levou o Ministério da Justiça (MINJUS) de Cuba a não ter outra alternativa senão aceitar que a Grande Loja Maçônica realizasse eleições para escolher um novo Grande Mestre.

Segundo uma nota, que foi compartilhada pela estatal Agência Cubana de Notícias, foi realizada uma "exhaustiva avaliação de decisões" que adotou o Supremo Conselho do Grau 33 para a República de Cuba e a Grande Loja de Cuba, em temas relacionados com sanções a integrantes dos corpos maçônicos e as eleições de seus diretores.

A conclusão do MINJUS foi que houve "irregularidades por descumprimento de seus estatutos internos".

No entanto, quatro dias depois desses acontecimentos, quatro lojas maçônicas da Ilha foram suspensas após se recusarem a reconhecer a liderança de Urquía Carreño.

As lojas suspensas são Evolução, de Artemisa, e as habaneras General Guillermo Moncada, Luz de Marianao e Carlos Manuel de Céspedes. A sanção se estenderá até que se celebre a próxima sessão da Alta Câmara, já que Urquía considera que estão violando as leis, a Constituição maçônica e os Antigos Limites da Maçonaria.

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