María Corina Machado exerce seu voto nas eleições presidenciais da Venezuela.

"Queridos venezuelanos, hoje estamos demonstrando do que somos feitos", declarou Machado antes de votar.

María Corina Machado © María Corina Machado/X
María Corina MachadoFoto © María Corina Machado/X

A líder política María Corina Machado exerceu seu voto neste domingo nas eleições da Venezuela após convocar a população a acompanhá-la na jornada eleitoral.

"Queridos venezuelanos, hoje estamos demonstrando do que somos feitos", declarou Machado através de sua conta no Twitter.

"Me sinto profundamente orgulhosa de ser venezuelana", afirmou em uma mensagem emotiva, onde disse que seu voto era "Por meus filhos, pelos teus, pelos meus amigos presos, por cada venezuelano a quem impediram de votar hoje; e também por você e por mim".

A opositora chegou ao seu colégio eleitoral junto com sua mãe e, ao entrar na sala, os guardas do regime chavista negaram-lhe o cumprimento e se viraram de costas para fazer uma cortina e impedir que meios de comunicação e a equipe de imprensa de Machado filmassem o momento.

No entanto, a mulher que conseguiu unir a oposição de forma esmagadora pediu que deixassem entrar sua equipe de imprensa, após o que apenas cinco veículos foram autorizados a entrar no centro de votação, no Instituto Colegio María de Bueno, na avenida principal de Los Chorros, no centro de Caracas.

Em uma mensagem após a votação, disse que os venezuelanos estão indo às urnas de maneira cívica, e que as pessoas saíram para votar a partir das 21h de sábado, algo inédito na Venezuela.

"Em todos os centros do país, o que estamos vendo é uma participação apoteótica. Sinto-me muito orgulhosa de ser venezuelana e desta geração nossa que hoje, superando todos e cada um dos obstáculos, estamos concretizando um sonho, uma luta pela liberdade", apontou a opositor, que percorreu várias áreas do país durante a jornada.

Após esclarecer que têm observadores em todos os centros do país, e para a 1:00 da tarde a cifra de participação era de 42,1%, mais de nove milhões de eleitores. Alguns municípios como Seboruco, em Táchira, já tinham nessa hora 62 por cento de eleitores que haviam exercido o sufrágio.

Agregou que houve 1.300 mesas que quiseram impedir os testemunhas da oposição de fazer seu trabalho. "Mas nossos testemunhas se esforçaram, com o manual de mesa em mãos, e conseguiram entrar. São os heróis deste processo", sublinhou.

Disse que as eleições estão sendo realizadas de maneira cívica e pacífica.

A quem cuida das mesas, disse que não estão sozinhos, e que a comunidade está cuidando deles.

Ao final de sua mensagem, lembrou que a contagem na Venezuela é um ato público, e que as pessoas podem entrar para ver a contagem "papelito por papelito".

"Nenhum testemunho sai da sua mesa sem ter um registro na mão", afirmou em referência aos testemunhas e treinadores de mesa que estão cuidando da eleição.

"Hoje a liberdade é uma certeza, vamos trazer nossos filhos para casa", sentenciou.

"Acompanha-me a votar e vamos mostrar ao mundo que nossa liberdade é iminente", havia dito antes em um tweet, enfatizando a importância deste ato como uma manifestação do desejo de mudança e de recuperação das liberdades no país.

Machado tem sido uma figura proeminente na oposição venezuelana, conhecida por sua firme postura contra o regime de Nicolás Maduro.

Nicolás Maduro busca se consolidar no poder com um terceiro mandato, embora grande parte das pesquisas indique a vitória da frente opositora, que teve que se contentar em apresentar o ex-diplomata Edmundo González Urrutia como candidato, depois que María Corina Machado, vencedora das primárias, foi inabilitada pelo governo de Maduro por 15 anos para exercer cargos públicos.

Um total de 21.392.464 venezuelanos maiores de 18 anos estão aptos a votar nas eleições presidenciais. No entanto, estima-se que, dessa cifra, pelo menos 4,5 milhões de venezuelanos em idade de votar estão fora do país e não poderão participar das eleições.

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