![Alimentos en Cuba © Tribuna de La Habana](https://cdn0.celebritax.com/sites/default/files/styles/watermark_100/public/1720610551-tope-precios-podria-aumentar-escasez-mercado-negro-cuba.jpg)
O programa de monitorização e denúncia da (in)segurança alimentar em Cuba, (Food Monitor Program) alerta que a recente medida adotada pelo governo de limitar os preços dos alimentos pode aumentar a escassez e o mercado negro no país.
Food Monitor Program publicou na rede social X um tópico detalhando as implicações da nova resolução.
O governo cubano estabelece a 'economia de guerra' e impõe um teto de preços aos alimentos básicos. Esta medida unilateral poderia afetar o setor privado, desincentivar investimentos, criar escassez ainda maior e ampliar o mercado negro. Além disso, dá livre curso a decretos executivos sem consenso ou prestação de contas", afirmaram.
O governo cubano anunciou nesta segunda-feira a implementação de tetos de preços em seis produtos básicos de alta demanda por meio da Resolução 225/2024, publicada no Diário Oficial de Cuba.
Os produtos afetados incluem frango cortado, óleos comestíveis (exceto de oliva), leite em pó, massas alimentícias, salsichas e detergente em pó.
Esta medida é apresentada pelas autoridades como um esforço para mitigar o impacto da inflação nos consumidores, eliminando o pagamento do Imposto Aduaneiro nas importações desses produtos e estabelecendo preços máximos de venda.
Os empresários privados advertem que este não é o caminho, mas os novos preços fixados pelas autoridades são os seguintes:
- Frango em pedaços: 680 pesos por quilo.
- Óleos comestíveis (exceto de azeitonas): 990 pesos por litro.
- Leite em pó: 1.675 pesos por quilograma
- Massas alimentícias: 835 pesos por quilo.
- Salsichas: 1.045 pesos por quilograma
- Detergente em pó: 630 pesos por quilograma.
No entanto, longe de tranquilizar os cubanos, esta resolução do governo está gerando reações de medo entre a população que conhece em primeira mão o que acontece quando os preços sobem em Cuba.
O advogado Manuel Viera expressou sua frustração diante da situação. "Eles vão nos matar de fome! Nenhum importador privado correrá o risco de importar e que o dólar flutue sem poder mover o preço. É um suicídio econômico!", disse.
Em sua opinião, os produtos serão vendidos no mercado negro. "Depois, quando acabar, teremos que nos virar como uma cabra!", disse, referindo-se a comer erva, papel, lixo, ou o que quer que seja.
Assim como Viera, outros cubanos já estão denunciando a falta de produtos nas lojas.
"Alguém pode me dizer em que pequena empresa posso comprar leite em pó por 1,675 pesos o quilo? Ontem havia por 2,500, mas hoje não! A do dia primeiro para as crianças ainda não está sendo vendida nas mercearias! Agora têm preços fixos... mas não há leite!", perguntou o advogado.
As opiniões dos especialistas não são encorajadoras. O renomado economista cubano Pedro Monreal também analisou as possíveis consequências desta resolução.
Segundo Monreal, "em vez de usar o mercado para flexibilizar o plano, eles entorpecem o mercado com o plano". Em seu perfil da X, o especialista apontou que essa medida obriga as empresas privadas nacionais a adotar o método soviético de formação de preços, o que ele considera um erro.
"É um erro grave persistir em um cálculo econômico de natureza burocrática em vez de um apoiado em preços de mercado", concluiu.
Enquanto o governo defende a medida como um alívio em face da inflação, os cidadãos e especialistas temem que essas regulamentações agravem a escassez e promovam o mercado negro, afetando ainda mais a já delicada situação econômica do país e a escassez de alimentos.
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