Um estudante de Medicina de Santiago de Cuba denunciou a péssima qualidade da comida que lhe fornecem na universidade.
O jornalista independente Yosmany Mayeta Labrada compartilhou em sua página do Facebook a bandeja de alimentos que os alunos receberam na quarta-feira: arroz, feijão aguado e alguns pedaços de banana.
"Este é o almoço dos estudantes de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas em Santiago de Cuba", relatou o denunciante, que optou por manter-se no anonimato.
"Os feijões têm até insetos", detalhou.
As fotografias mostram efetivamente a presença de insetos na água juntamente com os grãos.
A postagem gerou comentários de indignação.
"E essa [comida] é responsável, há momentos em que deram a eles arroz branco e uma manga madura. E assim eles exigem que os estudantes aprovem ou que o pós-graduado forneça qualidade no atendimento aos pacientes. Com o estômago vazio e o cérebro em crise de ausência devido a tantas necessidades. As horas de dedicação, de estudo, de exames e de plantões, no mínimo exigem uma boa alimentação", disse um médico de Santiago de Cuba.
"Aparte de todo, hay que revisar a cozinha dessa escola e os cozinheiros, pois aparentemente estão servindo pouca comida, de má qualidade, mal preparada e sem nenhum cuidado com a higiene", solicitou outra moradora.
Os estudantes de Medicina de Cuba não escapam das diversas dificuldades e contratempos para poderem se formar.
Há menos de um mês, um estudante de Sagua la Grande, em Villa Clara, denunciou que ele e seus colegas têm que viajar para a universidade em um caminhão de gado, pois nesta cidade não há outros meios de transporte.
Um deles enviou uma denúncia anônima para o CiberCuba com uma foto em que se podia ver ao longe os jovens, meninas e meninos, subindo no caminhão como podiam, com suas mochilas nas costas.
"Envio-vos isto porque é uma pena ter que ver e passar por isso", disse o autor da carta.
"Os estudantes passamos por muitas dificuldades para nos transportarmos e também nas escolas nunca há comida nem eletricidade", acrescentou.
Em uma ocasião, outro estudante da carreira de Mayabeque desafiou o Governo a responder até quando exigirá do povo mais sacrifícios sem que ele possa ver o menor indício de progresso como recompensa.
"Por quanto tempo será o sacrifício sem ver nada em troca? Supõe-se que alguém se sacrifique por um motivo, é pouco inteligente fazê-lo em vão e muito menos por toda uma vida. Pois nestes dias difíceis que estão a passar, é isso que os líderes do país pedem, sem mostrar ao povo qual estratégia será adotada, como o meu esforço irá impactar o progresso da nação", escreveu Yordy Gómez no Facebook.
"Pedir a alguém que se sacrifique sem explicar por que está fazendo isso e os objetivos desse sacrifício é simplesmente mentir", disse o jovem, que decidiu escrever depois de passar uma noite de plantão médico à qual compareceu sem dormir devido aos apagões.
Ao voltar para casa, descobriu que também não conseguia descansar porque não havia luz.
"Quero respostas, quero saber por que estou perdendo os melhores anos da minha vida sacrificando-me sem ver progresso e por que meus pais e os pais dos meus pais fizeram isso", exigiu.
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