Uma mãe cubana denunciou em suas redes sociais as péssimas condições do Hospital Universitário Vladimir Ilich Lenin, em Holguín, uma realidade que já é frequente em muitos centros de saúde no país.
No entanto, o insólito deste caso é a resposta da instituição à reclamação, que culpou as pacientes pelo desastre.
Yaide Gómez, mãe de dois filhos, compartilhou fotos em seu perfil no Facebook onde se vê a sujeira que reina nos banheiros da sala de pós-parto cirúrgico (cesarianas) do hospital.
"Decidi que meus filhos nascessem aqui, neste desastre abandonado por todos, como este triste país. E este hospital é a única opção que temos", enfatizou.
Yaide relata que, ao procurar uma solução para higienizar o banheiro - o único da sala e onde a água corria pelo corredor -, a resposta da administração foi que "as pacientes são umas porcas" e que não há auxiliar de limpeza.
"Além de ter que suportar essa grosseria, também temos que aguentar ofensas do pessoal que supostamente está aqui para nos fornecer um serviço de saúde", disse.
Meu primeiro filho nasceu igual neste hospital e as condições naquele momento eram as mesmas. Não é apenas um problema de falta de pessoal, é a normalização que temos do inumano como algo cotidiano. Embora realmente me surpreenda que ainda existam pessoas (médicos, enfermeiros, serviço) trabalhando naquele lugar sem condições e com esse salário miserável", concluiu.
No domingo, o hospital compartilhou uma postagem em seu perfil no Facebook para tentar mudar a imagem da paciente.
Nas fotos, vê-se um grupo de trabalhadores limpando várias áreas do centro, com um texto que os qualifica de "heróicos" e de estarem "forjados do mais forte aço", sem mencionar a reclamação de Yaide e a resposta de um funcionário de que "as pacientes são umas porcas".
Muitos são os nossos inimigos, talvez os mais ferozes: a falta de muitos insumos necessários para a vida, a ausência de pessoal significativo e vital como nossas auxiliares gerais, nossos maqueiros, porteiros...", descreve o post, antes de adicionar que "parece que algumas adversidades poderiam nos vencer, por vezes favorecidas pela indolência de alguns".
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