Hospital Lenin de Holguín nega feminicídio de paciente em uma de suas salas.

De acordo com a instituição de saúde, a paciente falecida morreu devido às sequelas do alcoolismo crônico que sofria.

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O Hospital Provincial Vladimir Ilich Lenin de Holguín negou que tenha ocorrido um feminicídio em uma de suas salas de cirurgia, um incidente denunciado pela Rede Feminina de Cuba.

Na semana passada, a Rede Feminina informou sobre uma mulher que estava hospitalizada e que havia falecido no início do mês devido a uma surra infligida por seu parceiro no próprio hospital.

Agora, a instituição médica nega a existência de um crime e argumenta que, ao realizar a autópsia na vítima, não foram encontrados sinais de violência no cadáver como possível causa de morte.

Segundo descreve a nota compartilhada em seu perfil do Facebook, "trata-se de uma paciente etílica crônica que foi admitida no serviço de cirurgia com um quadro de icterícia obstrutiva para estudo", que "foi acompanhada o tempo todo por seu marido com história similar".

Adicione à postagem que nas primeiras 24 horas a mulher apresentou uma evolução desfavorável e de manhã, enquanto o marido a ajudava no banho, ela perdeu a consciência e foi imediatamente transferida para a unidade cirúrgica central e, de lá, para a sala de terapia intensiva, onde faleceu horas depois "como consequência de um choque irreversível".

Captura de Facebook / Hospital Lenin

No entanto, o hospital reconheceu que houve preocupação gerada por um possível incidente violento, razão pela qual a polícia foi avisada.

Levando em consideração o histórico da paciente e as características de seu cônjuge, e diante da preocupação suscitada por um possível ato violento, procedeu-se em fornecer informações à Polícia e ao Instituto Médico Legal.

Na necropsia, "não foram encontradas evidências de violência como possível causa de morte e sim elementos que confirmaram que a mesma estava relacionada com a patologia pela qual a paciente foi admitida".

De acordo com as informações da Red Femenina, refutadas pelo hospital de Holguín, a falecida chamava-se Elaine Laguna Figueredo e tinha 50 anos.

Captura do Facebook / Rede Feminina de Cuba

Os eventos ocorreram supostamente em 4 de junho passado, de acordo com testemunhas. Um funcionário do centro afirmou que, na noite anterior, sua parceira havia ido vê-lo no hospital "um pouco embriagada" e o agrediu no banheiro; por outro lado, uma paciente internada na mesma ala afirmou que isso aconteceu de manhã.

Segundo os seus testemunhos, o homem entrou na casa de banho e "ele a colocou debaixo do chuveiro com toda a roupa", apesar de a paciente ter uma veia canalizada e um soros posto.

Estando ambos no serviço de saúde, localizado em frente ao local onde estão as enfermeiras e os médicos, ouviam-se palmadas e a voz do homem instando a mulher a levantar-se do chão. "Em nenhum momento se ouviu a voz da mulher", acrescentou a paciente, apontando que após 15 minutos, o agressor saiu do banheiro e voltou com outro homem, embriagado.

Depois de ser informado do que estava acontecendo, a equipe médica entrou no banheiro e encontrou a paciente no chão. Eles a colocaram em uma maca e a levaram para a sala de cirurgia, disseram as fontes.

Um profissional de saúde que pediu para não ter sua identidade revelada, por medo de represálias, informou que a vítima entrou em coma, precisou ser ventilada artificialmente e transferida para a Unidade de Terapia Intensiva, onde faleceu pouco tempo depois.

De acordo com as testemunhas, o agressor foi detido pela polícia no próprio hospital.

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